domingo, 24 de outubro de 2010

Jônatas: Nascido para a grandeza (resumo do estudo nº 04)



 

Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o SENHOR nos ajudará nisto, porque para o SENHOR nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos. 1Samuel 14:6

Saber: Reconhecer o que Deus considera importante no estilo de liderança servidora de Jônatas. 
Sentir: Apreciação pela fidelidade e amizade que Jônatas demonstrava tanto a seu pai Saul, indigno de confiança, quanto ao jovem Davi, ungido para assumir seu trono.
Fazer: Praticar a liderança servidora, não importando a humilhação nem os desafios que sejamos chamados a suportar.

Esboço

I. Liderança servidora
Jônatas foi um líder valente, capaz e temente a Deus, porém Deus escolheu para ele uma função de auxílio. Como Jônatas respondeu à determinação divina? O que é nobre, aos olhos de Deus, na resposta de Jônatas?

II. Filho e amigo leal
Jônatas apoiou tanto o pai imperfeito quanto o amigo que estava destinado a alcançar uma grandeza que ele não poderia compartilhar. Como nos sentiríamos nessas circunstâncias? Apesar desses desafios, como Jônatas demonstrou seu abnegado amor a Deus, ao pai e ao amigo?

III. Servo sofredor
A. Cristo é o maior exemplo de Servo sofredor. Em que circunstâncias somos chamados a sofrer como Jônatas e Cristo sofreram, entregando a vida como sacrifício no altar de Deus?
B. Sendo servos de Deus, como respondemos à posição de servos para a qual Deus nos chamou, tanto nas atitudes como nas ações?

Resumo: Assumindo uma função de apoio para com seu pai e para com seu melhor amigo, mesmo a ponto de sofrer a sorte de seu pai na batalha, Jônatas demonstrou a dedicação altruísta e amorosa de um líder servidor.


Motivação
Na vida cristã, ser fiel é mais importante que ser o primeiro. Somos chamados a buscar um padrão de grandeza diferente das expectativas do mundo, e que, pelos padrões mundanos, pode nem parecer grandeza. Podemos até ter que rejeitar explicitamente esses padrões, enfrentando perseguição e zombaria.


“Os bons ficam para trás”. “O ganancioso leva vantagem”. Estas são apenas duas das máximas que aparentemente têm guiado nosso pensamento, à medida que a sociedade tem se tornado “menos cristã” e mais darwiniana. A pior qualificação que você pode dar para alguém é a de “perdedor”. Sim, penalizamos a fraude. Ou, mais precisamente, penalizamos o fato de alguém ser apanhado trapaceando. Às vezes rejeitamos aqueles que, mesmo sendo vencedores, são diferentes. Realmente detestamos o “fracassado”, alguém que não aproveita todas as oportunidades para se promover.

Assim, como consideraríamos alguém que nasceu para a realeza, tem inteligência, boa aparência, talento, carisma, qualidades de liderança, habilidade militar e um direito incontestável ao trono (se quisesse reivindicá-lo)? Claramente um vencedor na vida, alguém que você desejaria conhecer. Possivelmente um pouco disso poderia ser transferido para você, ou talvez você pudesse pelo menos obter algum acesso valioso ou um encontro com essa pessoa face a face.

Mas espere! Do que você chamaria alguém que fosse tão honesto e puro a ponto de enfurecer o pai, alguém sem escrúpulos e geralmente instável, e que precisasse se esconder na floresta com um pastor? E se essa pessoa reconhecesse, também, que esse pastor era realmente aquele que tinha o direito ao trono?

Parece o enredo de uma novela de ficção sensacionalista? Não. É a história do filho do rei Saul, Jônatas, e seu melhor amigo, Davi – o futuro rei, aquele através de quem a linhagem messiânica seria estabelecida.

Discuta: Geralmente admitiríamos que alguém tem direito de alcançar tanto quanto possível no mundo. Mas, como cristãos, reconhecemos implicitamente que esse não é o valor mais elevado. Como podemos reconhecer quando Deus está chamando para algo diferente?

Identifique:
1. Um cristão que demonstra uma atitude de desprendimento e humildade, semelhante ao exemplo de Jônatas.
2. Um cristão que ama os inimigos ou as pessoas que o tratam mal, como fez Davi ao lidar com Saul.
3. Os pontos em que eles ainda precisam amadurecer, para chegar ao equilíbrio nos relacionamentos espirituais.
4. Enfatize que os problemáticos são os que mais precisam de nossas orações.


Comentário bíblico


I. “
Nada pode impedir o Senhor de salvar...

1  Sucedeu que, um dia, disse Jônatas, filho de Saul, ao seu jovem escudeiro: Vem, passemos à guarnição dos filisteus, que está do outro lado. Porém não o fez saber a seu pai.
2  Saul se encontrava na extremidade de Gibeá, debaixo da romeira em Migrom; e o povo que estava com ele eram cerca de seiscentos homens.
3  Aías, filho de Aitube, irmão de Icabô, filho de Finéias, filho de Eli, sacerdote do SENHOR em Siló, trazia a estola sacerdotal. O povo não sabia que Jônatas tinha ido.
4  Entre os desfiladeiros pelos quais Jônatas procurava passar à guarnição dos filisteus, deste lado havia uma penha íngreme, e do outro, outra; uma se chamava Bozez; a outra, Sené.
5  Uma delas se erguia ao norte, defronte de Micmás; a outra, ao sul, defronte de Geba.
6  Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o SENHOR nos ajudará nisto, porque para o SENHOR nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos.
7  Então, o seu escudeiro lhe disse: Faze tudo segundo inclinar o teu coração; eis-me aqui contigo, a tua disposição será a minha.
8  Disse, pois, Jônatas: Eis que passaremos àqueles homens e nos daremos a conhecer a eles.
9  Se nos disserem assim: Parai até que cheguemos a vós outros; então, ficaremos onde estamos e não subiremos a eles.
10  Porém se disserem: Subi a nós; então, subiremos, pois o SENHOR no-los entregou nas mãos. Isto nos servirá de sinal.
11  Dando-se, pois, ambos a conhecer à guarnição dos filisteus, disseram estes: Eis que já os hebreus estão saindo dos buracos em que se tinham escondido.
12  Os homens da guarnição responderam a Jônatas e ao seu escudeiro e disseram: Subi a nós, e nós vos daremos uma lição. Disse Jônatas ao escudeiro: Sobe atrás de mim, porque o SENHOR os entregou nas mãos de Israel.
13  Então, trepou Jônatas de gatinhas, e o seu escudeiro, atrás; e os filisteus caíram diante de Jônatas, e o seu escudeiro os matava atrás dele. 1Sm 14:1-13.)

Hoje ouvimos muito sobre a maneira pela qual a genética e o ambiente formam e influenciam o comportamento humano. Natureza ou educação? Por ambas as medidas, Jônatas estava condenado. Saul era indeciso – exceto quando tomava a decisão errada, como em 1Samuel 13:8-12.

8  Esperou Saul sete dias, segundo o prazo determinado por Samuel; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali.
9  Então, disse Saul: Trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto.
10  Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar.
11  Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo se ia espalhando daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás,
12  eu disse comigo: Agora, descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do SENHOR; e, forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaustos.
14  Sucedeu esta primeira derrota, em que Jônatas e o seu escudeiro mataram perto de vinte homens, em cerca de meia jeira de terra.
15  Houve grande espanto no arraial, no campo e em todo o povo; também a mesma guarnição e os saqueadores tremeram, e até a terra se estremeceu; e tudo passou a ser um terror de Deus. 1Samuel 13:8-15.

Ele assumia o crédito pelas realizações de outros, como quando “permitiu” que o povo pensasse que ele havia atacado a guarnição em Gilgal (1Sm 13:4). Ele culpava os outros por seus fracassos com uma facilidade não observada desde os primeiros capítulos de Gênesis (v. 11). Depois, ele demonstrou ter possivelmente o que hoje é reconhecido como uma doença mental causada por sérios desequilíbrios bioquímicos.

Jônatas poderia facilmente ter seguido o exemplo de seu pai. Que escolha ele fez, afinal de contas? A mesma escolha que todos fazemos. A escolha de confiar em Deus e não em nós mesmos, para compensar as falhas que herdamos de uma natureza caída ou de uma educação defeituosa.

Pense nisto: Visto que Saul realmente não era competente para ser rei, por que Deus não escolheu passar o reinado a Jônatas, que claramente era competente e demonstrava as qualidades necessárias para a realeza?

II. Ataque a Gibeá

Neste capítulo, novamente vemos Jônatas tomando a iniciativa. O autor obviamente quer que saibamos que isso ocorreu sem o conhecimento de Saul ou de qualquer outro em seu acampamento (v. 1, 3).

Por quê? Talvez Saul e os outros israelitas não estivessem realmente prontos para se empenhar na luta pela libertação nacional. Podemos ver uma sugestão desse ponto de vista em 1 Samuel 13:4, onde lemos que o ataque à guarnição tornou Israel uma abominação – literalmente, um mau cheiro – aos filisteus, ao passo que antes haviam sido um inofensivo objeto da agressão  dos filisteus. A princípio, os israelitas reagiram com euforia ao ataque, mas a alegria logo se tornou em pavor, quando perceberam que ainda havia muitos filisteus a enfrentar.

Além disso, a missão de Jônatas poderia legitimamente ser considerada imprudente. Jônatas era não somente um membro da família real; era possivelmente o mais hábil general no exército israelita.

Assim, como sabemos que Jônatas não foi meramente impulsivo e precipitado? Primeiro, Jônatas demonstrou confiança em Deus, não em suas habilidades militares. De fato, ele estava pronto para desistir e se retirar (1Sm 14:9, 10), se ficasse claro que o Senhor não estava com ele. Quando ficou claro que o Senhor estava com ele, Jônatas e seu escudeiro se mostraram aptos a enfrentar uma situação que um exército inteiro tinha medo até de comentar.

Pense nisto: A história contada em 1 Samuel 13 e 14 sugere que Saul e os outros israelitas tinham sentimentos conflitantes quanto a desafiar a condição atual. Estavam com medo de ser um “
mau cheiro” aos filisteus.

Quão frequentemente ficamos satisfeitos com o status quo (condição atual) em nossa vida espiritual? Nosso cristianismo é do tipo que não desafia nem incomoda as pessoas? Sempre nos motiva a confrontar nossos próprios temores ou preferências? Em uma cultura na qual o cristianismo frequentemente é sinônimo de “gentileza”, temos medo de que outras pessoas não gostem de nós porque vivemos nosso cristianismo?

III. “
Como a sua própria alma...”

Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. 1Sm 18:1

O amor de Deus por nós e vice-versa, é uma forma de amizade. Primeiro, é voluntário. Não há razão pela qual Deus seja obrigado a nos amar. Como um relacionamento bilateral, requer cultivo e comunicação de nossa parte. Nossa amizade com Deus – pelo menos em sua condição ideal – pressupõe conformidade de interesses e objetivos. Pedimos que Sua vontade seja feita e para isso nos empenhamos, como encontramos na Oração do Senhor. De maneira inversa, Deus tenta realizar nossos objetivos e desejos santificados. Falamos de Cristo estando em nós – ou de nós estando em Cristo, justamente como Davi e Jônatas são descritos como sendo uma única pessoa. A diferença é que a amizade humana sempre pode sucumbir às fraquezas humanas. Mas a amizade divina nunca nos abandona.

Pense nisto: Por que Deus colocou a necessidade de amizade e companherismo na constituição humana? Seria para manter a lembrança de que somos uma única família na Terra, e de que temos um mesmo Pai?

Aplicação
Escolham um amigo do trabalho, um vizinho, ou alguém da família que não seja adventista. Peça que reflitam sobre a possibilidade de dar uma atenção especial a esse amigo, e falar a ele sobre o amigo Jesus.

Perguntas para consideração
1. Jônatas definitivamente correspondia ao padrão mundano de grandeza. Nasceu para a realeza, tinha carisma e habilidade de liderança, e possuía o caráter e integridade pessoal que faziam com que os outros desejassem confiar nele e segui-lo. Mas nem todos com essas qualidades vivem à altura de seu potencial aos olhos de Deus. Para você, o que distinguiu Jônatas no conceito divino?
2. Jônatas foi um dos relativamente poucos personagens do Antigo Testamento que tiveram vida exemplar e, contudo, encontraram o fim mais vergonhoso. Por que isso aconteceu? Como suas escolhas afetaram seu futuro? Comente as razões para sua resposta. Como ele teria sido visto se tivesse agido de outra maneira, que poderia ter levado a um resultado diferente? Tenha em mente que isso, mais provavelmente, teria significado abandonar Saul à própria sorte.

Perguntas de aplicação
1. Uma das características mais particulares de Jônatas era sua humildade, embora ele tivesse todas as razões para ser presunçoso. Desde o começo, ele atribuía sucesso militar a Deus, não à sua proeza, embora certamente sua habilidade tivesse algo que ver com isso. Fez o que pôde para ajudar Davi a sobreviver, embora soubesse que a sobrevivência significava que ele nunca poderia se tornar rei. E, finalmente, colocou acima da própria vida, a lealdade ao seu pai, embora ele realmente não merecesse. Como essa humildade exemplifica a atitude ideal que devemos ter para com Cristo, que é infinitamente mais digno do que Davi e Saul?

Criatividade
A seguinte atividade é destinada a enfatizar as qualidades da verdadeira grandeza – a grandeza na avaliação de Deus – em lugar das qualidades que tornam uma pessoa “celebrada” na escala humana de valores.

Traga pôsteres ou fotos de personalidades bem conhecidas do noticiário. Quando chegar o momento da atividade, aponte para uma das fotos/pôsteres e pergunte:
1. Por que o indivíduo indicado é tão famoso?
2. Por que as pessoas, possivelmente, o admirem? Finalmente,
3. O que é realmente bom nessas qualidades, e o que não é?
Como essas qualidades seriam manifestadas em um contexto espiritual?

Como alternativa para realizar a atividade sem as imagens, mencionem pessoas famosas que admiram. Então, responda as perguntas listadas acima.




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