sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ser cristão é viver ou não viver pecando?



6. Como 1 João 3:6, 8, 9 pode ser harmonizado com 1 João 1:6–2:2?


1 João 3:6, 8, 9 - "Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu." "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus."

1 João 1:6 a 2:2 - Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro


Primeira João 3:6 e 9 contém declarações fortes e desconcertantes, afirmando que ninguém que vive em Jesus e ninguém que nasce de Deus vive pecando. Isso parece muito absoluto. Os cristãos têm tido muita dificuldade com essas declarações e procuram encontrar explicações. Afinal, que cristão verdadeiro não teve que enfrentar a realidade do pecado em sua vida?


O que podemos entender em todos os casos é que certamente o apóstolo João não se contradiz. No capítulo 1, ele diz que aqueles que afirmam estar sem pecado enganam a si mesmos. No capítulo 2, ele aponta para nosso alvo, que é não pecar, mas acrescenta que se pecarmos, temos um advogado diante do Pai, Jesus Cristo. Nossa passagem atual precisa ser entendida à luz da discussão anterior sobre o assunto do pecado: Os cristãos se afastam do pecado, mas, se pecarem, confessam o mal e aceitam o perdão divino.


Os comentaristas apresentam diversas tentativas de resolver esses versos difíceis. Duas delas serão mencionadas:

1. João retrata o ideal em 1 João 3:6, 8, 9 – que ele também menciona em 1 João 2:1. A diferença é que em João 3 ele não acrescenta nenhum qualificativo. Uma razão pode ser que João quer que seus ouvintes e leitores tenham uma certeza sobre a questão do pecado. Ele não pode ser considerado levianamente. Os seguidores de Cristo não podem brincar com o pecado.


2. Os verbos pecar e praticar (pecado) estão no tempo presente, que costuma apontar para ações contínuas. O significado seria que os discípulos de Cristo não podem pecar continuamente. Podem cair em pecado aqui e acolá, mas dele se afastam e não vivem em pecado. Não são dominados pelo pecado. A Nova Versão Internacional segue esse raciocínio ao traduzir os verbos como “praticar o pecado”.


Não importa a interpretação aceita, o capítulo 3 deve ser entendido à luz dos capítulos 1 e 2. Embora o pecado seja real, os cristãos não têm escolha a não ser eliminá-lo de sua vida, com o poder de Deus, não importando o custo.


OK, você é pecador. Ninguém vai discutir isso. A pergunta é: quanto sangue, suor e lágrimas você aplica à batalha contra o pecado em sua vida? Como sua resposta ajuda a explicar seu estilo de vida? Você está tentando SOZINHO livrar-se do pecado ou busca socorro em Jesus Cristo, o ÚNICO que pode nos purificar de todo o pecado? O que você diria a uma pessoa que se diz cristã mas que vive na prática do mal e sempre pede perdão, isto é, peca e pede perdão, peca e pede perdão, tornando-se assim uma rotina para essa pessoa?



Estudo adicional

Rm 8:12-17; Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.

Fp 2:14-16 - Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.

”Ninguém se engane com a crença de que pode se tornar santo enquanto voluntariamente transgride um dos mandamentos de Deus. Cometer pecado conhecido faz silenciar a voz testemunhadora do Espírito e separa de Deus o crente. ‘Pecado é o quebrantamento da lei.’ E ‘qualquer que peca [transgride a lei] não O viu nem O conheceu’. (1Jo 3:6). Conquanto João em suas epístolas trate amplamente do amor, não hesita, todavia, em revelar o verdadeiro caráter dessa classe de pessoas que pretende ser santificada ao mesmo tempo em que vive a transgredir a lei de Deus. ... E a alegação de estarem sem pecado é em si mesma evidência de que aquele que a alimenta longe está de ser santo” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 472, 473).


Perguntas para consideração


1. O que significa em condições práticas ser “semelhante a Deus”? Como podemos ser “semelhantes a Deus” de maneira positiva? E de maneira negativa?


2. Alguns têm medo da ideia de que somos salvos só pelo que Jesus fez por nós. Dizem: se nossa salvação depende da justiça de Cristo e não da nossa própria, o que vai nos impedir de continuar em pecado? Como você responderia a essa preocupação?


3. É virtualmente impossível não ser afetado por qualquer sociedade e cultura em que você vive. Em nossa sociedade brasileira, que pecados são considerados realmente maus que talvez em outra cultura não seriam considerados tão maus assim? Até que ponto devemos permitir que a sociedade influencie nossa compreensão do que é pecado? Que pecados nossa sociedade não considera tão sérios e sobre os quais a Bíblia é explícita?


4. Todos conhecemos as promessas que recebemos para a vitória sobre o pecado. Ao mesmo tempo, sob que condições alguém deve lutar com um pecado, talvez algum tipo de vício, buscando ajuda e aconselhamento profissional? O que você diz à pessoa que acha que os que buscam ajuda profissional estão mostrando falta de fé no poder de Deus?


Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic732009.html


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