domingo, 30 de agosto de 2009

O Jesus em quem cremos




(1Jo 5:6-8)- Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.

Depois de ter ressaltado a importância da fé em Jesus como Messias e Filho de Deus, João continua expondo ao público quem foi esse Filho de Deus, e uma das coisas que diz sobre Jesus é que Ele veio “por meio de água e sangue” (1Jo 5:6).

O que significa isso?

Em 1 João, a água só é mencionada nestes versos de hoje. Porém, aparece com muita frequência no Evangelho de João e também em Apocalipse. De acordo com a passagem, a água que João menciona em 1 João 5:6, 8 deve estar de alguma forma relacionada a Jesus e Sua primeira vinda, e deve ser um dos três elementos que testemunham que Jesus é o Messias e Filho de Deus.


A expressão “sangue e água” é usada em João 19:34 em relação com a morte de Jesus, mas não parece ser a água que João menciona em 1 João 5:6-8. Ao contrário, no princípio do Evangelho de João, a água está associada ao batismo (Jo 1:26, 31, 33; 3:5, 23). Essa parece ser a aplicação em 1 João. Jesus veio como Senhor encarnado e começou Seu ministério público sendo batizado com água. Ele concluiu Seu ministério terrestre na cruz, quando derramou Seu sangue. Aparentemente, a água aponta para o batismo e o sangue de Jesus, à Sua morte na cruz (1Jo 1:7).


Assim, Seu batismo e Sua crucificação apontam para quem Jesus era e o que Ele deveria realizar por nós. Nos dois casos, as manifestações divinas e as reações humanas mostraram que Ele era, realmente, o Filho de Deus (Mt 3:17; 27:50-54).


Mt 3:17 - E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo


Mt 27:50-54 - E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.


Nestes versos, João ainda estava lidando com o falso ensino desses anticristos. Esses conceitos estavam afetando a mente dos crentes. Se Jesus não tivesse sido nem o Messias nem o Filho de Deus, a mensagem deles seria: a morte expiatória do Filho de Deus não é necessária para nossa salvação. O Filho de Deus não morreu na cruz em nosso lugar a fim de nos redimir. Esse conceito levaria a uma compreensão completamente diferente da salvação e da Divindade. A redenção se daria por meio do conhecimento (gnosis), não por meio da cruz. Consequentemente, João desejava que as pessoas soubessem exatamente quem era Jesus e o que Ele havia feito por elas mediante Sua vida e morte. Ele não queria que as pessoas fossem enganadas por esses falsos ensinos.


Água e sangue. Pense nessas duas imagens e como se aplicam a Jesus. Como devemos experimentar a realidade da água e do sangue em nossa própria vida? Em outras palavras, o que seu batismo significou para você? O que diz sobre você, e que mudanças tiveram lugar em sua vida? O mesmo se pode perguntar a respeito do sangue: O que significa o conceito do sangue derramado, pelo menos no que se refere a ser cristão? Veja Mt 16:24, 25; Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Hb 12:4. - Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue





sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Jesus e o testemunho de Deus



(1Jo 5:9, 10) - Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.

A primeira e a segunda testemunha sobre a filiação divina de Jesus são a água e o sangue. A terceira testemunha é o Espírito Santo (1Jo 5:6, 8). De acordo com o Evangelho de João, Jesus anunciou que o Espírito Santo testemunharia sobre Ele (Jo 15:26).


Por que essas testemunhas são necessárias? No Antigo Testamento, eram requeridas duas ou três testemunhas para confirmar uma questão (Dt 19:15). Aparentemente, João queria deixar claro que o caso de Jesus tinha um fundamento sólido. Ele queria mostrar que temos boas razões para crer.


2. A que testemunhas João apela a respeito da divindade de Jesus? 1Jo 5:9, 10. O que Ele quer que creiamos?

1Jo 5:9, 10 - Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.


Para João, é importante a ideia de testemunhos ou vários testemunhos sobre Jesus. Em seu Evangelho, ele menciona várias outros:

o testemunho de João Batista (Jo 1:6, 7), - Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.

o testemunho do próprio Jesus (Jo 3:32), - e testifica o que tem visto e ouvido; contudo, ninguém aceita o seu testemunho.

o testemunho da mulher samaritana (Jo 4:39), - Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito.

o testemunho das obras de Jesus (Jo 5:36), - Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou

o testemunho das Escrituras (v. 39), - Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.

o testemunho de Deus Pai (Jo 8:18), - Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim.

o testemunho dos que assistiram à ressurreição de Lázaro (Jo 12:17), - Dava, pois, testemunho disto a multidão que estivera com ele, quando chamara a Lázaro do túmulo e o levantara dentre os mortos.

o testemunho do Espírito Santo (Jo 15:26) - Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim;

e o testemunho do próprio apóstolo João (Jo 21:24). - Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.

Isto é muito impressionante. João quis demonstrar que a convicção em Jesus repousa em testemunhos poderosos.

O testemunho do Pai em nosso texto tem sido entendido de forma diferente. Parece fazer mais sentido se conectado com o tríplice testemunho mencionado nos versos anteriores. Isto é, esse tríplice testemunho é, basicamente, o testemunho de Deus.

João diz que se estamos dispostos a aceitar o testemunho de humanos, quanto mais o testemunho do próprio Deus? Realmente, com frequência damos valor ao que as pessoas dizem, na mídia impressa ou na televisão, mesmo que não haja muita base para crer no que ouvimos. Quanto mais devemos aceitar o testemunho do próprio Deus e crer em Jesus como descrito no Novo Testamento!

Deus é confiável e verdadeiro (1Jo 5:20). Se não aceitamos Seu testemunho, afirmamos que Deus é mentiroso, acusação realmente séria.


(1Jo 5:20) - Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.




A questão da Trindade

(1Jo 5:7, 8) - Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.


Em algumas Bíblias, em 1 João 5:7, 8, aparecem as palavras “no Céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra”. O único problema é que elas são um acréscimo posterior, não encontrado nos manuscritos originais.

Entre os estudiosos bíblicos existe concordância de que essa declaração não é genuína e foi acrescentada, provavelmente para apoiar a doutrina da Trindade. Evidentemente, os textos bíblicos nunca deveriam ser alterados, por muitas razões (Ap 22:18), uma das mais importantes sendo que as pessoas podem começar a ter dúvidas sobre a confiabilidade das Escrituras como um todo e começar a desconfiar da Palavra de Deus.

(Ap 22:18) - Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro;

O fato é que, mesmo sem essas palavras, a doutrina da Trindade está firmemente estabelecida nos escritos de João. Embora os autores do Novo Testamento creiam que Deus é um, eles retratam Jesus e o Espírito Santo como Deus. Para conciliar a unicidade de Deus com a divindade de Pai, Filho e Espírito Santo, o conceito da Trindade é decisivo.


3. João tem declarações poderosas sobre a divindade de Jesus. O que ele ensina sobre Jesus Cristo nos textos seguintes?


a. Jo 1:1-3, 14 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. ... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai


b. Jo 8:58, 59 - Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo.


c. Jo 10:30, 31 - Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar.


d. Jo 20:28 - Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!

e. 1Jo 2:23 - Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai.


f. 1Jo 5:20 - Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.


Embora não haja nenhuma dúvida quanto à divindade de Jesus, como demonstrada por esses textos (e muitos outros), a passagem que estamos estudando nesta semana não procura estabelecer a doutrina da Trindade. Não era esse o objetivo do autor. Ao contrário, é uma passagem sobre a fé em Jesus como Filho de Deus e o testemunho dado ao mundo sobre Ele.




O resultado de crer em Jesus


(1Jo 5:11, 12) - E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.

Deus concedeu um dom maravilhoso à humanidade. Esse dom é a vida eterna (1Jo 5:11, 12). Porém, ela só está disponível em Jesus Cristo. Como podemos receber esse dom? Pela aceitação do testemunho de Deus sobre Seu Filho; isto é, crendo em Jesus e aceitando-O.


4. O que o apóstolo João ensina em seu Evangelho sobre a vida eterna?

a. Jo 3:16 - Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna

b. Jo 3:36 - Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.

c. Jo 5:24 - Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.

d. Jo 6:54 - Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

A discussão de João sobre a fé em Jesus, quem é Jesus e por que podemos aceitar o testemunho de Deus não é um exercício acadêmico. Tem um claro objetivo prático; isto é, encontrar a vida eterna no Filho de Deus. Os oponentes de João – que questionavam a verdadeira divindade de Cristo, ou que questionavam a verdadeira humanidade de Cristo, ou que pretendiam separar o divino do humano – tinham uma visão diferente de Jesus e não criam nEle no sentido bíblico. Pelo motivo de que não tinham o Jesus das Escrituras, não tinham a vida eterna. Mesmo que alegassem ter a vida eterna, apesar de terem um conhecimento superior e um bom sentimento de que tinham a vida eterna, suas afirmações não eram verdadeiras.


5. “A vida eterna só é possível por meio de Jesus Cristo.” Quais são as implicações dessa declaração?


1Jo 5:11, 12 - E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.


João afirma claramente que os que não têm o Filho de Deus não têm vida, e os que têm Jesus têm a vida eterna. Essas são palavras muito fortes, cheias de implicações incríveis para toda a humanidade. Não se nega que os assuntos de salvação sejam realmente importantes. São, literalmente, uma questão não só de vida ou morte, mas de vida eterna ou morte eterna. Você não pode pensar em algo mais sério que isso.


Que dizer de pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho apresentado de maneira clara? Estão todos automaticamente perdidos? Enquanto você procura pensar em sua resposta, não se esqueça de levar em conta o amor universal de Deus por toda a humanidade. Como você pode aprender a confiar melhor no Senhor sobre essa questão difícil?



Estudo adicional


Mt 16:13-17; - Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.


Jo 12:37-46. - E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados. Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito. Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus. E Jesus clamou, dizendo: Quem crê em mim crê, não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou. Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas


"'NEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens’ (Jo 1:4). Não é a vida física que é aqui especificada, mas a imortalidade, a vida que é exclusivamente propriedade de Deus. O Verbo, que estava com Deus e era Deus, possuía essa vida. A vida física é algo que todo indivíduo recebe. Não é eterna nem imortal; pois Deus, o doador da vida, toma-a outra vez. O homem não tem domínio sobre sua vida. A vida de Cristo, porém, não era de empréstimo. Ninguém pode arrebatar-Lhe essa vida. ‘Eu de Mim mesmo a dou’ (Jo 10: 18), disse Ele. NEle havia vida, original, não tomada por empréstimo, não derivada. Essa vida não é inerente ao homem. Ele só a pode possuir mediante Cristo. Não a pode ganhar por mérito; é-lhe dada como dádiva livre, se ele crer em Cristo como seu Salvador pessoal. ‘A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste’ (Jo 17:3). Esta é a fonte de vida, aberta ao mundo” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 296, 297).


Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic932009.html




quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Crer em Jesus para salvação



Texto-chave: 1 João 5:1-12 - Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito. Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.


I. Conhecer: Jesus é o Messias

A. Em 1 João 5:6, o apóstolo se refere à vinda de Jesus “por meio de água e sangue” isto é, pelo batismo e posterior morte na cruz. Pense nas circunstâncias desses dois eventos. Como eles confirmaram às pessoas daquele tempo que Jesus é o Messias? O que eles nos dizem hoje?


B. Descreva as diferentes facetas de Jesus – Sua humanidade, Sua divindade, o Jesus histórico e o Jesus revolucionário. Como esses retratos se comparam com a maneira de Jesus descrever a Si mesmo?


II. Sentir: A vitória é certa

A. A vitória de Jesus nos assegura de que também podemos ser vencedores. Como você se relaciona com essa verdade irrefutável?


B. Conte aos outros que a vida examinada através do filtro da cruz lhe dá coragem para a vida diária.


III. Fazer: Compartilhando o amor de Jesus

A. João usou as imagens da água e do sangue. Que imagens você usaria para ajudar as pessoas a entender melhor o sacrifício de Jesus?


B. Como você explicaria a divindade de Jesus a um cético?


Podemos viver como cristãos vitoriosos e ter a esperança da vida eterna, porque Jesus viveu e morreu para pagar o preço dos nossos pecados.


Nossa certeza de salvação tem como base Jesus e o que Ele fez por nós.

O ponto mais importante para nossa salvação e a vida eterna é a fé em Jesus Cristo como Filho de Deus e o que Ele fez em nosso favor. Esta introdução usa uma história para ilustrar como a fé se baseia no relacionamento com Jesus.

É ouvindo a Palavra e permanecendo nEle que desenvolvemos o relacionamento que é o fundamento da fé.


Comentário Bíblico

I. O testemunho da água e do sangue


(
1Jo 5:6-8.) - Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.


Quando veio a este mundo, Jesus cumpriu todos os testemunhos que descreviam quem Ele era e o que faria, registrados nas Escrituras antes de Seu nascimento. Embora fosse Rei do Universo, o Rei da glória, Ele não fez uso de majestosas exibições nem de carisma para atrair seguidores. “Unicamente a beleza da verdade celestial devia atrair os que O seguissem. O caráter do Messias fora desde há muito predito na profecia, e era Seu desejo que os homens O aceitassem em razão do testemunho da Palavra de Deus” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 43).


O batismo de Jesus, evento predito pela profecia de Daniel 9:24-26 como a vinda do Ungido, proclamou o início do ministério de Cristo na Terra. Esse pode ser chamado de “o testemunho da água”. A profecia de Daniel também mencionou quando o Ungido seria morto no meio da semana, “o testemunho do sangue”.


Pense nisto: Como o batismo e a cruz estão relacionados? (Veja Rm 6:4 e Cl 2:12.) Como seu batismo fez de você parte do testemunho da água e do sangue de Cristo? Como os serviços do santuário terrestre ofereceram testemunho da obra de Cristo por nós por meio do uso da água e do sangue? Como a obra de Cristo no santuário celestial continua esse testemunho?

Rm 6:4 - Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

Cl 2:12. - tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.


II. O testemunho de Deus


(
1Jo 5:6-10 - Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito. Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.


Jo 15:26 - Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim;


Os testemunhos do Pai e do Espírito Santo sobre Jesus constituem fortes evidências. Não só o Pai e o Espírito Santo reconheceram Jesus em Seu batismo (Mt 3:16, 17), como o Pai deu testemunho a respeito de Seu Filho no Monte da Transfiguração (Mt 17:5) e em resposta ao pedido de Jesus na festa em Jerusalém (Jo 12:28-30). “Com exceção dessas vozes e do aparecimento da pomba no batismo de Cristo, porém, a maioria dos outros testemunhos de Deus foram mais indiretos, embora igualmente poderosos.


Mt 3:16, 17 - Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.


Mt 17:5 - Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi


Jo 12:28-30 - Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou. Então, explicou Jesus: Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa.


Pense nisto: De que outras formas o Pai deu testemunho com respeito à obra do Filho? (Veja Jo 3:16, 17; Mt 27:45-54.) Descreva o testemunho do Espírito Santo e seu efeito em nosso coração. (Veja desde Jo 5:26 a 16:16.)


III. Por que devemos crer nesses testemunhos sobre Cristo?


(
1Jo 4:1-3; - Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo.


1Jo 5:10-20 - Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. .... Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.


No que se refere a Deus, é grande heresia negar que Jesus Cristo seja o Ungido enviado do Céu que, morrendo na cruz, veio nos salvar dos pecados. A consequência de não crer em Jesus é a morte. Por outro lado, a fé no Filho de Deus e a confiança no que Ele fez por nós na cruz traz vida eterna. É a cruz que atravessa o abismo entre a morte eterna e a vida eterna, e é a única ponte por sobre a voragem.


“Sem a cruz não teria o homem união com o Pai. Dela depende toda a nossa esperança. Daí brilha a luz do amor do Salvador; e quando, ao pé da cruz, o pecador contempla aquele que morreu para salvá-lo, pode se rejubilar com grande alegria, pois seus pecados estão perdoados. Ao se ajoelhar em fé junto à cruz, alcançou ele o mais alto lugar que o homem pode atingir” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 209, 210).


Pense nisto: Como a cruz torna possível nossa união com o Pai? Por que o ato de nos ajoelhar junto à cruz é o “mais alto lugar” que podemos atingir?


A evidência irresistível é que o Pai, Cristo e o Espírito Santo nos oferecem mais do que suficiente para nos salvar. Até mesmo a incredulidade pode ser perdoada (vejaMt 9:24).


Comente: Como a fé em Cristo faz a diferença eterna entre ser salvo e perder tudo?


Pense em alguém que esteja precisando de encorajamento para se apegar a Cristo em fé. Telefone, mande um e-mail ou envie um cartão nesta semana.


Escreva uma pequena oração expressando aceitação e apreciação pela obra de Cristo por nós tanto na cruz como agora no santuário celestial. Ponha-a em um lugar em que você possa vê-la frequentemente.





quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Crer no Filho de Deus




Crer em Jesus é condição sine qua non para que sejamos salvos.

É maravilhoso como Deus nos amou enviando Seu Filho unigênito para ser nosso Salvador; é inspirador acompanhar Sua trajetória neste mundo, Suas obras de misericórdia, Suas mensagens plenas de perdão e acolhimento, Seu desprendimento e espírito de sacrifício a ponto de oferecer a vida na cruz para nos redimir. Mas, se não crermos nEle, se não O aceitarmos como nosso Salvador e Senhor, tudo terá sido em vão! Estaremos tão perdidos como se Deus não nos amasse, e Jesus não tivesse vindo a esse mundo para nos salvar.


Temos que crer naquele Jesus sobre o qual as Escrituras dão testemunho, não no mutilado Jesus dos conceitos humanos, no distorcido Jesus do liberalismo teológico, que outra coisa não faz senão lançar o homem no labirinto da dúvida, roubando-lhe o maior dom que o Céu outorgou, depois do próprio Cristo e do Espírito Santo: a fé. E roubando a fé, rouba-lhe tudo. Excluindo o Cristo da fé, e eliminando as qualidades que fazem do Cristo histórico dos evangelhos o verdadeiro Messias, o liberalismo acaba por oferecer apenas o espectro de um salvador. Um Cristo nem histórico, nem da fé; o Cristo do nada!


Não, esses tipos de Jesus não servem. Temos que ficar com o autêntico, o Cristo dos Evangelhos. É nEle que temos que crer se queremos ser salvos. Isso é muito importante nos dias em que vivemos, quando novas divagações (na realidade novas feições de antigas heresias) estão surgindo, inclusive nos arraiais do povo de Deus.


Enternecido pelo amor divino que lhe deparou “tão grande salvação” (Hb 2:3), o apóstolo João não poderia permanecer impassível, deixando de referir o imperativo da crença no Jesus da fé. Ele o fez principalmente para combater heresias que colocavam em dúvida a virtude salvífica do que Jesus fizera e seguia fazendo pelo pecador.


Fé em Jesus e vitória (1Jo 5:1-5)


A vitória que se obtém pela fé em Jesus não é outra senão Sua própria vitória aplicada à nossa experiência. Portanto, é uma vitória de natureza espiritual. “A batalha que os cristãos têm que lutar é espiritual. Nos escritos de João, o caminho para a vitória não é pelo uso da violência nem da força física. O caminho para vencer é pela fé, e a fé se demonstra pelo tipo de vida que se tem.” John Milton, autor de O Paraíso Perdido, já dizia: “Quem vence pela força só pela metade é que vence o inimigo.” E acrescento que vencer o inimigo “só pela metade” é conferir-lhe vitória completa.


“O vencedor por excelência é Jesus Cristo. Visto que Ele obteve a vitória, Seus seguidores podem também vencer. Até certo ponto, eles já têm a vitória: a de Cristo em Seu favor.” Em outras palavras, Jesus auferiu a vitória não somente para Si, mas igualmente para Seu povo, de maneira que, se temos Jesus, já somos vitoriosos; mas se não O temos, já somos derrotados.


Essa vitória, é claro, tem que se repetir a cada dia, conforme a vida prossegue. O Apocalipse toca esse ponto ao afirmar que, no contexto da batalha final, “vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele [Jesus]” (17:14). Os atos de “chamar” e “eleger” são de Deus (de fato, a salvação é dom exclusivo dEle), mas ser “fiel” depende da nossa decisão e empenho, em que pese o fato de que é Deus quem provê recursos para a fidelidade.


Daí a necessidade de exercermos fé legítima em Jesus, de onde obtemos forças para prosseguir perseverantes em fidelidade; e quem “perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24:13). Isso indica que o grande conflito, no que respeita a nós, se trava na mente, e aí é que precisa ser ganha a vitória. Como H.H. Farmer afirmou, “as vitórias de Deus são alcançadas somente no campo de batalha do coração humano”. E se aí conseguimos triunfar, podemos unir a voz com Henry W. Beecher ao afirmar: “Uma vitória dentro de nós é mil vezes mais gloriosa do que uma vitória fora de nós.”


As declarações de João a respeito da vitória que o cristão desfruta tinham que ver com a disseminação do engano que ocorria entre os crentes de sua comunidade. Isso minava-lhes a fé, e João lhes deixou claro que não podiam dar ouvidos aos dissidentes, se realmente queriam ser vitoriosos em Cristo, os falsos “conceitos estavam afetando a mente dos crentes.”


Não se deve dar ouvidos ao que qualquer dissidência anuncia, ainda que se apresente com ares de “nova luz que Deus está enviando ao Seu povo”! Não é a mesmíssima atitude que devemos tomar, já que o inimigo continua agindo para enfraquecer nossa fé? O que acontece é que ele é um derrotado, e quer que nós também o sejamos. Haveremos de permitir?


O Jesus em quem cremos (1Jo 5:6-8)


O Jesus em quem precisamos crer é aquele que “veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas com a água e com o sangue” (v. 6), “água” alude ao batismo de Jesus, evento que marcou o início de Seu ministério neste mundo, e “sangue” diz respeito à Sua morte, o que concluiu esse ministério, dando por executado o plano de salvação. Suas palavras ao expirar, “está consumado” (Jo 19:30), atestam esse fato.


No batismo, fez-se ouvir uma voz vinda do céu, a voz do Pai, que dizia: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mt 3:17). Na cruz, nenhuma voz celestial foi ouvida, mas o testemunho humano foi claro: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15:39). Assim, a filiação divina de Jesus foi confirmada no princípio e no encerramento de Seu ministério. Um Jesus diferente deste que recebera a autenticação do Céu e da Terra seria simplesmente incapaz de salvar.


É evidente que João, com seu abalizado testemunho apostólico, contestou frontalmente os dissidentes. Como referido no comentário de 1º e 2 de julho, eles impunham uma distinção crítica entre Jesus e Cristo. Para eles, Jesus, posto que extraordinário, era um homem comum, filho natural de José e Maria. Por ocasião do batismo, Cristo Se juntara a Ele, mas O abandonara pouco antes da cruz. A morte de Jesus, portanto, não era mais salvífica que a morte de qualquer outro mártir.


“Se Jesus não tivesse sido nem o Messias nem o Filho de Deus, a mensagem deles seria: a morte expiatória do Filho de Deus não é necessária para nossa salvação. O Filho de Deus não morreu na cruz em nosso lugar a fim de nos redimir. Esse conceito levaria a uma compreensão completamente diferente da salvação e da Divindade.” Isso João não poderia tolerar, e contra isso ele advertiu energicamente seu rebanho. “Ele não queria que as pessoas fossem enganadas por falsos ensinos.”


“Como devemos experimentar a realidade da água e do sangue em nossa própria vida?” Paralelamente, em nosso caso, tão somente o batismo nas águas é insuficiente para salvar, em que pese o fato de ser ele requerido para a salvação (ver Mc 16:16); é necessário prioritariamente o “sangue”, isto é, a aceitação de Jesus como Salvador e Senhor. É por isso que essa passagem de Marcos assevera que “quem [primeiramente] crer e [então] for batizado será salvo.


Assim, não é o batismo o objetivo precípuo da pregação (veja 1Co 1:17), mas, sim, levar pecadores aos pés de Cristo numa experiência real de conversão. Isso consumado, uma confirmação pública dessa experiência deve ser efetivada com a administração do batismo, cujo valor decorre exclusivamente do valor infinitamente superior do fato precedente.


O alvo do evangelismo apostólico (e com João não foi diferente) sempre fora, de fato, que só se batizassem aqueles para quem Cristo Se tornara o Senhor supremo da vida. Batismo (“água” na linguagem de João) sem a consolidação desta experiência (“sangue”, na linguagem de João) é dispensável, dada a sua inutilidade. Para consolidação de nossa salvação, é necessário que Jesus tenha vindo a nós não só por meio da “água”, mas, antes de tudo, por meio do “sangue”.


Jesus e o testemunho de Deus (1Jo 5:9, 10)


Três testemunhas dão seu depoimento em favor da filiação divina de Jesus: a água, o sangue, e o Espírito Santo (v. 7, 8).


Com respeito ao testemunho por parte da água e do sangue, veja o comentário acima; o Espírito Santo é aquele que sela o testemunho, de maneira especial, na mente do ser humano, levando-o à convicção de seus pecados e aceitação do meio provido por Deus para o perdão e salvação.


Notadamente no quarto Evangelho, o Espírito Santo viria para testificar de Jesus. Aliás, Ele cumpriria, como cumpriu, sete atividades, todas em exaltação a Jesus:

1) Ensinar e
2)
Fazer lembrar tudo o que Jesus disse – Jo 14:26
3)
Dar testemunho de Jesus – Jo 15:26
4)
Convencer do pecado, porque o mundo não crê em Jesus; da justiça, porque Ele foi para o Pai; e do juízo, porque Satanás foi julgado e derrotado – Jo 16:8
5)
Guiar a toda a verdade, e Jesus é a verdade (14:6) – Jo 16:13
6)
Declarar, ou anunciar, o que Jesus, da parte do Pai, Lhe entrega – Jo 16:13-15
7)
Glorificar a Jesus – Jo 16:14


O Apocalipse se refere a Ele como os sete Espíritos de Deus (Ap 1:4, 5; 4:5). Sete é número de plenitude. O Espírito alcança a plenitude nesta atividade cristocêntrica sétupla.


Tudo isso é tão fundamental para o plano da redenção, que, sem a atuação do Espírito, seria como se Jesus nunca tivesse encarnado e Deus nunca tivesse Se manifestado. Ele habilita o homem a entender a salvação e responder positivamente a ela. Sem Ele, a Igreja não poderia cumprir sua missão, e estaríamos fadados a permanecer neste mundo indefinidamente.


É por esta razão que o testemunho advindo do Espírito é fundamental. É Ele que efetiva todos os testemunhos em favor de Jesus. Todos eles confirmam o testemunho do próprio Pai, isto é, o testemunho de Deus, o qual é muito maior que o testemunho humano (v. 10). “João diz que, se estamos dispostos a aceitar o testemunho humano, [muito] mais o testemunho do próprio Deus... e crer em Jesus como descrito no Novo Testamento!” Fé, aqui, significa plena aceitação do que Deus disse; aqueles que, por aceitarem o falso ensino, passam a duvidar das verdades reveladas acerca de Jesus estão tornando Deus um mentiroso (v.10).


A questão da Trindade (1Jo 5:7, 8)


A construção “no Céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e esses três são um. E três são os que testificam na Terra:” deve ser considerada uma posterior interpolação ao texto original. Esta parte do texto joanino jamais deverá ser usada em favor da doutrina da Trindade, mesmo porque ela é desnecessária para esse fim. Vários outros textos, preservados em sua integridade, mencionam as três pessoas da Divindade com suficiente clareza para que não haja qualquer dúvida a respeito do que devemos crer. O mais citado entre eles é, sem dúvida, o de Mateus 28:19.


É nos escritos joaninos, entretanto, que encontramos as mais conclusivas declarações que acabam por estabelecer o enunciado da doutrina,“mesmo sem essas palavras [a construção acima], a doutrina da Trindade está firmemente estabelecida nos escritos de João.” Os textos joaninos mostram claramente a divindade de Jesus como idêntica à do Pai.


Acrescento que também o Espírito Santo é referido como divino, particularmente em dois textos: Jo 1:1 e 14:16. Para comprovar esse fato, temos que volver um pouco nossa atenção à língua original do texto.
Jo 1:1 – “o Verbo era Deus”. As assim pretendidas
testemunhas de Jeová traduzem essa fórmula “a Palavra era um deus” (veja a Versão do Novo Mundo). Para tanto, alegam que, no original grego, a palavra Deus (Theós), quando em alusão ao Pai, é seguida do artigo definido, o que não acontece quando em alusão ao Filho. Considerando que, nesse idioma, não existe artigo indefinido, e que este fica subentendido na ausência do definido, Deus, aplicado a Jesus, teria que ter um sentido indefinido; portanto, “um deus”.


Essa conclusão, todavia, é totalmente equivocada pois não leva em consideração uma das mais elementares regras gregas a esse respeito; a conhecida regra de Colwell. Esta determina que um predicativo nominativo definido tem o artigo quando segue o verbo; não tem quando ele precede o verbo. A ausência do artigo não torna o predicativo indefinido ou qualificativo quando ele precede o verbo.


Em Atos 28:6, por exemplo, theón, sem artigo, sucede o verbo; logo, à luz da regra acima, a única tradução possível é: “um deus”. Mas, aqui, o correto é como aparece na maioria de nossas Bíblias: “o Verbo era Deus”, pois na fórmula original (theòs ēn ho lógos), theós (Deus) antecede o verbo (ēn = “era”). O contraste com o verso 14 confirma esta versão: ho lógos sárks eghéneto, “o Verbo Se fez carne”, e não “se fez uma carne”, pois sárks (“carne”), que não é acompanhado de vogal, antecede o verbo (eghéneto = “se fez”).


Note-se, todavia, que João poderia usar outra fórmula com theós precedendo o verbo: ho lògos theós ēn, o que exigiria a mesma versão, “o Verbo era Deus”. Mas se o fizesse, ele estaria afirmando que unicamente Lógos (“o Verbo”), e ninguém mais, seria possuidor da mesma essência ou natureza divina de Deus. Em outras palavras, a Divindade estaria reduzida, como vários antitrinitaristas gostariam, a duas pessoas apenas (o Pai e o Filho), não havendo lugar para o Espírito Santo. Pela maneira como escreveu, ele, de fato, afirmou que, antes da encarnação, Lógos era exclusivamente “Deus” e nada mais, ao tempo em que deixou espaço para existência de outro Ser plenamente divino além do Pai e do Filho, nesse caso, o Espírito Santo.


Jo 14:16 – “... Ele [o Pai] vos dará outro Consolador...” A referência aqui é ao Espírito Santo (veja os versos 17, 26). “Consolador” é a versão do termo paráklētos, empregado em 1 João 2:1 e aplicado a Jesus, implicando personalidade; portanto, o Espírito Santo é uma pessoa, e da mesma qualidade de Jesus, pois “outro” é a versão do grego állos, termo que significa “outro da mesma espécie, ou natureza”. O prometido Consolador é alguém tão divino quanto Jesus.


Mas qual é a qualidade da divindade de Jesus? Acabamos de observar que, segundo João 1:1, Sua divindade é plena. O Espírito de Profecia concorda: “Cristo era Deus em essência e no mais alto sentido. Ele esteve com Deus desde toda a eternidade...” (Ellen G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1906). Se assim é com o primeiro Consolador, assim é com o segundo. O mesmo Espírito de Profecia confirma esse fato: “O Consolador que Cristo prometeu enviar depois de ascender ao Céu é o Espírito em toda a plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da graça divina a todos quantos recebem e creem em Cristo como Salvador pessoal.” (Evangelismo, p. 615, itálicos supridos). “Toda a plenitude da Divindade” é precisamente o que Colossenses 2:9 afirma residir corporalmente em Cristo.


De fato, o Espírito Santo é o segundo Consolador, da mesmíssima natureza divina do primeiro.


O resultado de crer em Jesus (1Jo 5:11, 12)


João não poderia deixar de mencionar de maneira clara e objetiva o resultado de se crer em Jesus. Deus “nos deu a vida eterna; e esta vida está no Seu Filho.” Note que o escritor não disse “Deus nos dará a vida eterna”, mas “nos deu”. Em outras palavras, a salvação é um dom imediato, isto é, não para ser apenas outorgado no futuro, mas algo que já nos foi outorgado. “...quem crê no Filho tem [não “terá”, mas tem] a vida eterna” (Jo 3:36).


Cuidado, porém! Nada temos que ver com o presunçoso sentimento de que “uma vez salvo, salvo para sempre!”, pois essa vida eterna que Deus já nos deu não está ainda em nós; “está em Seu Filho” (1Jo 5:11), razão por que “aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (v. 12).


Ter Jesus, portanto, é o segredo para a vida eterna. Mas há de ser o Jesus da Bíblia, divino e humano, sem pecado, Aquele que morreu por nós, ressuscitou para o nosso bem, age em nosso favor no santuário celestial e voltará para completar nossa alegria. O Jesus minimizado, reduzido, rebaixado, minguado das dissidências não tem a mínima possibilidade. “Os oponentes de João – que questionavam a verdadeira divindade ou humanidade de Cristo, ou que pretendiam separar o divino do humano – tinham uma visão diferente de Jesus e não criam nEle no sentido bíblico. Pelo motivo de que não tinham o Jesus das Escrituras, não tinham a vida eterna.”


Precisamos prosseguir com o Filho até nos vermos salvos para sempre. Isso, é claro, será uma realidade quando adentrarmos os portais da glória. Se antes desse momento, naturalmente por amor e apego ao pecado, perdermos o Filho, perderemos a vida.

Deus jamais permita que isso aconteça!


Autor: José Carlos Ramos – D. Min