domingo, 8 de novembro de 2009

Luta pelo poder II







Tomou-o Arão, como Moisés lhe falara, correu ao meio da congregação (eis que já a praga havia começado entre o povo), deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. Pôs-se em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga.  Números 16:47, 48  


ESBOÇO 


I. Rebelando-se contra a liderança escolhida de Deus


A. O espírito de rebelião começou com Corá, um levita, e se estendeu a outros líderes. A quem mais o espírito de revolta afetou, e o qual foi o resultado?


B. A punição atribuída a Corá, Datã, Abirão e suas famílias foi dramática e terrível, mas a disciplina não parou aí. Que outras medidas disciplinares se seguiram? 


C. Que memorial foi criado para ilustrar a importância do respeito ao plano divino de governança, e onde foi colocado?


II. O perigo da natureza mortal da rebelião


A. Por que a rebelião contra os líderes de Deus é um assunto tão sério? Que outros exemplos de rebelião contra a liderança ilustram a malignidade desse pecado?


B. Que exemplos de graça e intercessão são evidentes nessa história?


III. Mantendo memoriais de Deus diante de nós


Como podemos manter viva a lembrança da supremacia de Deus em nossa vida? O que podemos fazer nesta semana para renovar e fortalecer os memoriais que Deus estabeleceu pessoalmente para nós e para a igreja?


Resumo: A rebelião contra a liderança de Deus tem consequências terríveis para nós e para os que nos rodeiam, mas Deus nos chama para ajudá-Lo intercedendo e oferecendo Sua graça aos pecadores.


O ciúme e a cobiça pelo poder demonstram falta de confiança de que Deus está no controle e tem no coração nosso melhor interesse.


A cobiça pelo poder e autoridade é um dos pecados mais sérios, porque frequentemente é difícil de descobrir e normalmente está envolto pelos “mais nobres” motivos. Muito raramente as pessoas são suficientemente ousadas para admitir que buscam poder para sua própria satisfação. Os políticos querem poder “a fim de ajudar o povo”. Os executivos querem poder “a fim de beneficiar a empresa”. É possível que até mesmo os líderes da igreja possam cair na mesma armadilha?


Leia o seguinte trecho do artigo de Steve Walikonis sobre o poder e comente estas perguntas: 


(1) Que tipos de poder Deus tem o direito de usar? 
(2) Que tipos de poder Deus realmente escolhe usar? Dê exemplos específicos para apoiar sua resposta. 
(3) Que tipos de poder são usados legitimamente pelos líderes cristãos? Dê motivos para suas respostas.


Trecho: “Como um líder de igreja deve se relacionar com o fenômeno do poder? J.R.P. French e B. Raven identificaram cinco tipos de poder:


1. “Poder especializado: baseado na percepção que B tem da competência de A.
2. “Poder referente: baseado na identificação, ou amizade de B com A.
3. “Poder-recompensa: baseado na habilidade de A em recompensar B.
4. “Poder coercivo: baseado na percepção de B no sentido de que A pode aplicar castigos, caso A seja vítima de falhas por parte de B.
5. “Poder legítimo: baseado na internalização de normas ou valores comuns” (“O Pastor e o Poder”, 
Ministério, maio/junho de 2008, p. 13).


Sugestão: Faça cópias do trecho para que os membros da classe possam utilizá-lo enquanto discutem as perguntas para reflexão dadas acima.


COMENTÁRIO BÍBLICO


I. Rebelião (novamente) e memoriais

(Recapitule Nm 16:1-40 e  Sl 106:16-18.)  Tiveram inveja de Moisés, no acampamento, e de Arão, o santo do SENHOR. Abriu-se a terra, e tragou a Datã, e cobriu o grupo de Abirão. Ateou-se um fogo contra o seu grupo; a chama abrasou os ímpios. 


Quem foi longe demais? O verdadeiro culpado pode se levantar?
Corá e seus associados afirmaram que Moisés e Arão haviam ido muito longe no exercício da autoridade. Como a maioria das alegações, a questão não era “preto no branco”. Normalmente, na aparência, as pessoas que procuram poder e autoridade podem apresentar certo grau de respeitabilidade ao motivo para sua busca. Corá argumentava que 


(1) todos em Israel eram parte do povo de Deus e 
(2) Deus está com todos. Agora, quem poderia contradizer isso? 


Não podemos concordar que este argumento provê uma base filosófica sólida para uma democracia na Bíblia?


No entanto, a verdadeira motivação de Corá se tornou aparente quando, em seguida, ele acusou Moisés e Arão de não estarem dispostos a compartilhar com outros a liderança. Isso era verdade? Os fatos parecem contradizer a acusação. Primeiramente, Moisés aceitou de boa vontade a sugestão de Jetro de distribuir a liderança com a nação. Moisés também havia cooperado com a distribuição da liderança para os “setenta”, sob a ordem de Deus, defendendo até o direito à liderança aos que haviam perdido a “posse”. Nada nos registros parece indicar que Moisés ou Arão haviam tentado aproveitar sua exaltada posição como líder e sumo sacerdote para algum tipo de lucro ou vantagem pessoal.


Essa evidência nos leva a suspeitar dos motivos de Corá e seus associados. Moisés se opôs a Corá, usando suas próprias palavras: “Agora chega, levitas” (veja Nm 16:3, 7, NVI). Moisés sugeriu que o verdadeiro motivo por trás do movimento de Corá era o descontentamento com o grau de liderança já exercida por ele. Não satisfeito com o papel de líder levítico, ele aspirava ao sacerdócio. Como homem de considerável habilidade e influência em sua posição atual, ele naturalmente conquistou um auditório simpatizante entre muitos dos líderes de Israel.


Deve-se notar que Datã e Abirão, conspiradores juntamente com Corá, nem chegaram a discutir com Moisés face a face. Ao invés disso, eles dirigiram mais acusações contra Moisés por meio de mensageiros. Disseram que Moisés os havia iludido, tirando-os de uma existência fácil no Egito. Usaram termos descritivos que Deus havia reservado para a Terra Prometida. Existência fácil! Quão depressa eles haviam esquecido as exigências de trabalho irrazoável, os espancamentos abusivos, até mesmo a matança de seus próprios filhos. Então, à luz da acusação e das réplicas, como a nação poderia discernir qual partido estava certo?


Moisés e Corá concordaram em participar de um teste que lembrava os sacrifícios de Caim e Abel, ou a contenda entre Elias e os profetas de Baal. Aqueles que apoiavam Corá trariam seus incensários cheios de incenso, assim como Moisés e Arão. Então, o Senhor demonstraria quem havia escolhido, em verdade. No momento designado, Corá e os 250 líderes que o apoiavam compareceram com Moisés e Arão à entrada do pátio do tabernáculo.


O fato de que Corá chamou a congregação para testemunhar o evento deixa claro que ele acreditava sinceramente estar defendendo uma causa religiosa em que esperava triunfar. Esta era a ilusão de um coração invejoso e ansioso pelo poder! Ao invés disso, uma sentença de morte sobrenatural foi imposta sobre Corá, Datã e Abirão: um terremoto os tragou vivos e a suas famílias, e seus 250 partidários foram queimados até a morte. Deus falou claramente, mas a rebelião ainda não estava extinta.


Pense nisto: Quando as igrejas se dividem, e os líderes estão em desacordo, como podemos discernir quem está verdadeiramente seguindo a guia de Deus?


II. Entre os vivos e os mortos, e o bordão florescido de Arão

Nm 16:41-5017.  -  Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do SENHOR. Ajuntando-se o povo contra Moisés e Arão e virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a glória do SENHOR apareceu. Vieram, pois, Moisés e Arão perante a tenda da congregação. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei num momento; então, se prostraram sobre o seu rosto. Disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, põe nele fogo do altar, deita incenso sobre ele, vai depressa à congregação e faze expiação por eles; porque grande indignação saiu de diante do SENHOR; já começou a praga. Tomou-o Arão, como Moisés lhe falara, correu ao meio da congregação (eis que já a praga havia começado entre o povo), deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. Pôs-se em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga. Ora, os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Corá. Voltou Arão a Moisés, à porta da tenda da congregação; e cessou a praga.     -   


A Eleazar, filho de Arão, foi atribuída a tarefa de coletar os incensários dos rebeldes e convertê-los em lâminas para a cobertura do altar, que serviria como lembrança constante das consequências da rebelião. Foi um fracasso imediato. No dia seguinte, os descontentes dentro da congregação acusaram Moisés e Arão de assassinar aqueles que haviam morrido na véspera. Que insensato! Eles realmente acreditavam que Moisés e Arão tinham o poder de criar terremotos e chamar fogo do céu? Se não, por que a acusação? Nesse caso, como seria tolo desafiar alguém com tanto poder!


Pelo segundo dia seguido, Moisés e Arão intercederam pela congregação rebelde, quando Deus os advertiu a se afastar para que Ele pudesse destruir Israel. Arão correu através da congregação com seu incensário, símbolo da oração intercessora. Mesmo assim, quase 15 mil pessoas pereceram antes que a praga amainasse. No bordão florescido, Deus ofereceu misericordiosamente mais um exemplo da indisputável evidência de haver escolhido Arão como sacerdote. Cada tribo apresentou um bordão representativo, e todos foram colocados diante da arca da aliança. Apenas o bordão de Arão floresceu, significando a escolha de Deus. A rebelião estava terminada, mas que preço difícil a pagar pela educação!


Pense nisto: Como podemos ser intercessores efetivos por aqueles em nossa família ou em nossa igreja que se rebelam contra Deus?


A rebelião de Corá e seus simpatizantes apresenta um exemplo claro do que acontece quando os servos designados de Deus são desafiados por aqueles que buscam somente poder e prestígio para si mesmos. Porém, às vezes os que foram nomeados para algum ofício sagrado se provam indignos de seu chamado. Os filhos mais velhos de Arão, os filhos de Eli, Caifás e Ananias são exemplos notáveis daqueles que não viveram à altura de seu chamado. Todos os reis de Israel, e muitos dos reis de Judá, viveram também em rebelião contra Deus. Como um cristão deve lidar com as situações em que alguém em posição de autoridade acima dele é infiel a Deus? Como o cristão pode evitar as armadilhas de Corá mas, ainda assim, se erguer contra a apostasia institucional?


Pense nisto:


A. Como Cristo nos instruiu a nos aproximar dos outros quando temos diferenças? 


(Mt 18:15-19)  -  Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus.

B. Como Paulo interagiu com o sumo sacerdote que conduzia seu interrogatório? 



(At 23:1-5)   -   Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje. Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam perto dele que lhe batessem na boca. Então, lhe disse Paulo: Deus há de ferir-te, parede branqueada! Tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei e, contra a lei, mandas agredir-me? Os que estavam a seu lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus? Respondeu Paulo: Não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote; porque está escrito: Não falarás mal de uma autoridade do teu povo. 

C. Que instruções Paulo deu a respeito das autoridades civis quando um dos regimes mais opressores da história estava no poder? 



(Rm 13:1-7)  -  Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.

D. Respeito à autoridade significa que somos desculpados de alguma responsabilidade moral pessoal em direção a Deus? 



(At 5:27-29)   -  Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.

E. Como Elias lidou com a liderança espiritual imperfeita? (
1Rs 18) Que dizer de Natã? (2Sm 12


E Jeremias? (Jr 20:1-628).  -  Pasur, filho do sacerdote Imer, que era presidente na Casa do SENHOR, ouviu a Jeremias profetizando estas coisas. Então, feriu Pasur ao profeta Jeremias e o meteu no tronco que estava na porta superior de Benjamim, na Casa do SENHOR. No dia seguinte, Pasur tirou a Jeremias do tronco. Então, lhe disse Jeremias: O SENHOR já não te chama Pasur, e sim Terror-Por-Todos-Os-Lados. Pois assim diz o SENHOR: Eis que te farei ser terror para ti mesmo e para todos os teus amigos; estes cairão à espada de seus inimigos, e teus olhos o verão; todo o Judá entregarei nas mãos do rei da Babilônia; este os levará presos à Babilônia e feri-los-á à espada. Também entregarei toda a riqueza desta cidade, todo o fruto do seu trabalho e todas as suas coisas preciosas; sim, todos os tesouros dos reis de Judá entregarei nas mãos de seus inimigos, os quais hão de saqueá-los, tomá-los e levá-los à Babilônia. E tu, Pasur, e todos os moradores da tua casa ireis para o cativeiro; irás à Babilônia, onde morrerás e serás sepultado, tu e todos os teus amigos, aos quais profetizaste falsamente. 


Certamente, nenhum líder terrestre é perfeito e infalível. Se a perfeição fosse critério para liderança, não haveria nenhum líder, a não ser Jesus. Com a falta de perfeição, todo líder está sujeito a alguma crítica; porém, os cristãos são chamados a encorajar os líderes religiosos que, embora humanos e falíveis, ainda fazem seu melhor pela graça de Deus para levar avante Sua causa. Isso é não apenas um encorajamento para o instrumento humano que lidera, mas também uma expressão de confiança de que o verdadeiro Líder, aquele que faz a História, está ainda no controle.


Tarefas desta semana:


(1) Escrever uma carta encorajadora a um líder cívico que você pode honestamente elogiar por alguma realização, posição moral ou característica pessoal.

(2) Escrever ou ligar para um líder da igreja (pastor, ancião, funcionário da associação, etc.) para expressar apreciação por seu serviço.





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