segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A "loucura" do profeta Balaão - Estudo sobre a cobiça





 Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 1 Timóteo 6:10


ESBOÇO

I. A queda de um profeta



A. Balaão reconhecia que só poderia fazer e dizer o que Deus ordenasse. Então, por que ele continuou tentando acomodar os desejos de Balaque para amaldiçoar Israel? Porque Deus deu a Balaão certa permissão para ir a Balaque? Por que o anjo apareceu no caminho da jumenta? Como Deus mostrou graça a Balaão?


B. De acordo com Apocalipse 2:14, como finalmente Balaão encontrou um meio de atender aos desejos de Balaque de prejudicar Israel?


Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. (Apoc. 2:14)


II. Consciência do perigo do namoro sem compromisso


A. Seremos como Balaão, tentando dançar sobre uma estreita linha de obediência a Deus e, ao mesmo tempo, tentando acomodar nossos próprios desejos?


B. As bênçãos involuntárias de Balaão sobre Israel trazem um belo quadro de um povo que era frequentemente fraco e rebelde. Que desejos essas bênçãos despertam em seu coração?


III. Nossa escolha – Ser o leão de Deus ou a presa de um leão?


A. Embora sejamos semelhantes a Israel em sua fraqueza para cair presa pela tentação, o que podemos fazer para morrer “a morte do justo” que Balaão profetizou? O que devemos fazer para evitar a queda de Balaão?


B. Como podemos atingir as bênçãos previstas por Balaão para pertencermos ao grupo dos filhos de Deus?


Resumo: Um profeta que no passado fora fiel se desencaminhou pela cobiça da recompensa de um rei mundano.


A Bíblia está cheia de personagens enfeitiçados pela cobiça, desde o rei Acabe e seu desejo assassino pela vinha de Nabote (1Rs 21até Judas, que traiu Jesus por trinta moedas de prata (Mt 26:15  - Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata)


Como as histórias bíblicas de cobiça, inclusive a história desta semana sobre Balaão, ajudam a explicar por que Deus detesta a cobiça?

Pense por um momento no primeiro e no último mandamento. "Não terás outros deuses diante de Mim" (Êx 20:3), diz o primeiro. 



Quatorze versos adiante, o décimo mandamento de Deus reverbera sobre a nuvem no Monte Sinai: "Não cobiçaras" (Êx 20:17). 


Por que Deus escolheu encerrar os mandamentos com uma ordem contra um pecado aparentemente insignificante, se comparado com o homicídio ou a adoração de ídolos?


Nesta semana, aprendemos que a história de Balaão – um relato aparentemente cômico de uma mula falante empacada diante de seu senhor agressivo – trata realmente do ímpeto com que a cobiça pode esmagar nossas melhores intenções. 


A princípio, podemos ser tentados a considerar Balaão mais como um estúpido que como um louco. Quem, afinal, ainda tentaria amaldiçoar o povo de Deus depois que a altercação de uma jumenta e de uma dura advertência feita por um anjo esgrimindo uma espada – para não mencionar aquelas palavras diretas de Deus – exigia o contrário? Mas logo aprendemos que o intenso desejo de recompensa por parte de Balaão eclipsou tanto seu bom senso quanto seu compromisso com Deus.


Se a vontade de Deus não estiver guiando nossa vida, a cobiça manterá as rédeas? 


Se não adoramos a Deus, diante de quem ou do que estamos ajoelhados? 


Como podemos evitar que a cobiça usurpe o lugar de Deus na vida de cada um de nós?


Um olhar à nossa agenda diária provavelmente revelaria muito sobre nossas prioridades. 


Embora seja fácil dizer que Deus tem a precedência, frequentemente, a maneira de gastarmos nosso tempo sugere o contrário. Onde Deus está em nossa lista de afazeres?
COMENTÁRIO BÍBLICO


As histórias a seguir revelam como a cobiça está realmente longe de ser insignificante, e sugere a razão pela qual Deus escolheu concluir Sua lei eterna como fez – 


Ele sabia com quanta facilidade aquilo que cobiçamos pode se tornar realmente o “outro deus” que corremos o perigo de pôr diante do Senhor. 


Em Josué 6 e 7 e, novamente, em 2 Reis 5, aprendemos o que acontece quando a cobiça expulsa Deus de nossa vida – quando se torna idolatria.


I. O disfarce de Acã

A história de Acã em Josué 6 e 7 sugere que a cobiça, apesar das elaboradas tentativas de escondê-la, nunca afeta apenas o culpado. Com a derrocada dos muros de Jericó ainda ecoando em seus ouvidos, os israelitas vitoriosos foram informados de que os espólios da cidade amaldiçoada não estavam disponíveis para todos. Mas alguém desconsiderou a proibição explícita de Deus sobre a pilhagem. Em meio ao caos depois da batalha, Acã surrupiou uma suntuosa vestimenta, dois quilos e quatrocentos gramas de prata e uma barra de ouro de seiscentos gramas (NVI). 



Certamente, ninguém haveria de descobrir seu saque, pensou consigo mesmo o presunçoso Acã e, satisfeito, escondeu tudo debaixo de sua tenda. Devido a uma esmagadora derrota militar, Josué implorou que Deus explicasse a súbita inversão de destinos. “Não estarei mais com vocês, se não destruírem do meio de vocês o que foi consagrado à destruição”, Deus disse a Josué (Js 7:12, NVI)


Na confissão de Acã, aprendemos como a cobiça é uma porta aberta para furto e fraude: “ ‘Eu os cobicei e os tomei; estão escondidos na terra, no meio da minha tenda” (v. 21, NVI).


Os despojos que Acã carregou de Jericó podem parecer sem importância, e seu castigo pode parecer excessivo, mas a história ilustra como é perigoso deixar que nossos desejos obscureçam os mandamentos de Deus e, pior ainda, agir como se não existissem.


Que evidência existe de que Balaão acreditava que podia esconder de Deus sua cobiça? Note sua resposta a Deus em Números 22:34: “Não percebi que estavas parado no caminho para me impedires de prosseguir” (NVI)


Balaão pode não ter visto o anjo armado bloqueando o caminho para Moabe, mas será que ele realmente achava que podia fazer Deus de bobo, fingindo que seu comportamento era honesto, especialmente depois das anteriores advertências de Deus contra seu curso de ação? Que passos podemos dar para evitar a presunção de Balaão?


II. A audácia de Geazi


Em 2 Reis 5, Naamã, tendo acabado de sair livre da lepra depois do sétimo mergulho no rio Jordão, insistiu com o profeta Eliseu para que aceitasse seus presentes de gratidão. Sempre humilde, Eliseu recusou aceitar o crédito pelo milagre e despediu Naamã, mas seu servo Geazi decidiu correr atrás deste, dizendo: “Juro pelo nome do Senhor que correrei atrás dele para ver se ganho alguma coisa” (v. 20, NVI). Geazi logo alcançou Naamã e convenceu o capitão de que Eliseu havia mudado de ideia sobre os presentes. Sua mentira lhe rendeu 35 quilos de prata e duas mudas de roupas finas (NVI).


O interessante nessa história de Geazi é sua audácia. Tendo acabado de voltar de sua incumbência ilícita, Geazi não se esquivou atemorizado; não! Ele imediatamente se apresentou a Eliseu, aparentemente esquecendo-se de que o profeta de Deus provavelmente sabia o que ele havia feito. Ou talvez ele pensasse que Eliseu veria seu lado das coisas. Voltando de sua cobrança da benevolência de Naamã, Geazi provavelmente se perdoou com muitas justificativas – ele era um servo, afinal, e nem mesmo de um rei ou capitão, mas de um profeta comparativamente humilde. 


Um par de novas roupas viria a calhar. Geazi pode até ter se convencido de que a necessidade, e não a cobiça, motivara suas ações. Mas a distorção da história nunca muda as consequências do pecado. Geazi foi ferido da mesma lepra de Naamã. Deus não considera de pouca importância a cobiça – nem nossas tentativas de racionalizá-la.


Comente: Tirando proveito da generosidade de Naamã, Geazi transformou um presente no pecado da cobiça. 


No estudo desta semana, como a cobiça de Balaão corrompeu o dom de profecia? E seu melhor juízo? 


Como Deus reage quando buscamos Seu poder para maus propósitos e, então, tentamos justificar nossas ações? 


Pense nos dons que Deus lhe deu. Você tem sido tentado a usá-los para propósitos que sabe estarem em conflito com Seus planos divinos?


Perguntas para reflexão


1. “Não existe doença pior que a cobiça”, disse Chanakya, político e antigo escritor indiano. 


Como a cobiça apanhou Balaão como uma doença? Quando ele a “contraiu”? 
Quais são seus “sintomas”? 
Qual é o antídoto para a cobiça? 
As histórias de Acã e Geazi oferecem pouca promessa de cura. A história de Balaão dá mais esperança? Explique.

2. “A caridade enriquece; a cobiça empobrece”, diz um provérbio alemão. 


Acã escondeu o fruto de seu roubo. 
Geazi ocultou seus presentes conseguidos ilicitamente, e fingiu não ter feito nada de errado. 
Balaão se levantou cedo para viajar para Moabe com os embaixadores de Balaque, como se pudesse chegar antes de Deus. 


Por que tantas vezes somos tentados pela cobiça quando sabemos que não vamos desfrutar seus resultados? 


A cobiça não só rouba a alegria, mas – e talvez isso seja mais perturbador – rouba também nossa consciência. 


Quando cedemos à cobiça, somos deixados moralmente mais pobres. Por que a cobiça ainda parece ser uma tentação atraente para a maioria de nós?


Perguntas de aplicação


1. Muitos de nós vivemos em uma sociedade terrivelmente materialista. Todo dia, somos bombardeados por esquemas de marketing que procuram anular nosso bom senso e nos convencer a gastar nosso dinheiro – frequentemente, antes mesmo de ganhá-lo. A mensagem deles é clara: você pode comprar identidade, sucesso, amor, felicidade, talvez até mesmo a salvação. 


Como os princípios bíblicos de mordomia (que diz que não somos donos de nada, Deus é o dono de tudo, e somos apenas administradores dos Seus bens e dons) podem ajudar os cristãos a permanecer fiéis em um mundo que parece girar ao redor do consumismo? 


Como a última parte do Salmo 62:10 sugere que o cristão deve manter dinheiro e posses na perspectiva correta?

2. Comente o conceito de “desejo saudável”. 


Por que é bom, ou não é bom, encontrar motivação nas necessidades? 


Por exemplo, sem contas a pagar, família para sustentar e poupança para o futuro, alguns de nós podemos ser um pouco menos produtivos no trabalho. Mas em que ponto um desejo aparentemente inócuo se torna cobiça? 
Como o cristão pode evitar que os desejos se transformem em uma cobiça devoradora?


Nesta semana, aprendemos o que acontece quando pomos a cobiça à frente de Deus. 


Encoraje as pessoas a tomar ação decidida em sua vida – passatempos, preocupações, prioridades. Onde entra Deus em cada categoria?


Às vezes, a cobiça é disfarçada facilmente. “Com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ez 33:31). 


Assim como Geazi trapaceou Namaã com sua história inventada de dois servos necessitados, somos, às vezes, tentados a emoldurar nossos desejos como necessidades de outros? 


Avalie a motivação que conduziu suas decisões nesta semana. Com a ajuda de Deus, que passos práticos você pode dar para se assegurar de que a passagem acima não descreve suas ações?



Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1042009.html

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