quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É a lei pecado?




Se Paulo estava falando sobre todo o sistema da lei no Sinai, que dizer de Romanos 7:7 -  (Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás), em que ele menciona especificamente um dos Dez Mandamentos? Isso não refuta a posição, adotada ontem, de que Paulo não estava falando sobre a abolição dos Dez Mandamentos?

A resposta é: Não! Novamente, devemos ter em mente que a palavra lei, para Paulo, é todo o sistema introduzido no Sinai, o que incluía a lei moral mas não estava limitado a ela. Consequentemente, Paulo podia citar um dos Dez Mandamentos, como também qualquer outra parte de todo o sistema judaico, a fim de demonstrar seus argumentos. Porém, quando o sistema findou, na morte de Cristo, a lei moral, que existia mesmo antes do Sinai e existe depois do Calvário, não estava incluída.

3. Qual é a relação entre a lei e o pecado? 
Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,  sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Rm 7:8-11


Deus Se revelou aos judeus dizendo-lhes em detalhes o que era correto e o que era errado em questões morais, civis, cerimoniais e de saúde. Ele também explicou as penalidades para a violação das várias leis. A violação da vontade revelada de Deus é definida aqui como pecado.

Deste modo, Paulo explicou, ele não teria sabido se era pecado cobiçar sem ter sido informado desse fato pela “lei”. Sendo o pecado a violação da vontade revelada de Deus, onde a vontade revelada é desconhecida, não existe consciência do pecado. Quando essa vontade revelada é tornada conhecida para uma pessoa, ela vem a reconhecer que é pecadora e está sob condenação e morte. Neste sentido, a pessoa morre.

Na linha de argumentação de Paulo, aqui e ao longo dessa seção, ele está tentando construir uma ponte para levar os judeus – que veneravam a “lei” – a ver Cristo como seu cumprimento. Ele está mostrando que a lei era necessária mas que sua função era limitada. A lei deveria mostrar a necessidade de salvação; nunca foi criada para ser o meio de obter essa salvação.

O apóstolo Paulo, relatando sua experiência, apresenta uma verdade importante quanto ao que acontece na conversão. Ele diz: ‘sem a lei, eu vivia’ – e ele não sentia nenhuma condenação; ‘mas, sobrevindo o preceito’, quando a lei de Deus foi apresentada a sua consciência, ‘reviveu o pecado, e eu morri’. Então, ele se viu como pecador, condenado pela lei divina. Note isto: foi Paulo, e não a lei, que morreu” (Comentários de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.076).  



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