terça-feira, 31 de agosto de 2010

Redenção para judeus e gentios (resumo do estudo nº 10)




Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? Romanos 9:21

Reconhecer: A justiça de Deus em escolher como e por quem Ele cumpre Sua vontade.
Sentir: A amplitude e abrangência da justiça de um Deus que, por meios conhecidos e misteriosos, trabalha para oferecer a salvação a todos.
Fazer: Decidir fazer parte do remanescente confiante, obediente, a quem Deus pode usar para cumprir Seus propósitos.

Esboço do aprendizado

I. Trabalhando com as escolhas de Deus
A. Embora Deus haja escolhido cumprir Seu plano de salvação por meio de Israel, o plano não funcionou como Ele originalmente pretendia. Quais foram as consequências das decisões de Israel de depender da sua própria justiça e não da divina?
B. Qual era o plano original de Deus para Israel, e por que a nação falhou em executá-lo?

II. O grande quadro
A. Embora nem sempre possamos entender o grande quadro de como Deus trabalha, o que nos dá confiança em cada detalhe da ação de Deus que Ele é justo e compassivo?

III. Vasos dos atos de Deus
A. Em qualquer tipo de vasos que Deus escolher nos tornar, cabe a nós permitir, pela fé, que Ele faça de  nós filhos e filhas justos e nos use em Sua obra como Lhe agradar. Quais são alguns dos métodos de Deus, o Oleiro Mestre, para nos transformar em vasos para Sua obra?
B. Como remanescentes de Deus, que enganos dos filhos de Israel precisamos evitar?
C. Como nossa história pode ser diferente da história de Israel como povo remanescente de Deus?

Resumo: Se somos filhos da promessa, não podemos descansar em qualquer mérito próprio. Devemos aceitar, pela fé, as providências de Deus para nossa salvação e cooperar com Ele em Seus planos.

Ciclo do aprendizado

                                                                                              
Deus oferece a redenção a todos, não importando raça, casta, origem étnica, cor ou gênero.

Obviamente, havia algumas tensões étnicas na igreja romana – o que não assusta, pois estava na capital que se tornara o caldeirão racial do império. Sem dúvida, a igreja refletia a diversidade da população em geral. Mas o confronto mais importante era entre a população judia e outros povos (“nações”, “gentios”). Como ocorre frequentemente, surgem tensões entre diferentes grupos étnicos e nacionais.

Atividade: Se você tomar uma jarra com a água e acrescentar anilina nas seguintes combinações: (1) vermelho e azul, (2) amarelo e azul, (3) amarelo e vermelho, será possível ainda ver o vermelho, amarelo, ou azul? Claro, agora vamos  ver roxo, verde e laranja. A lição é que quando a igreja se mistura perfeitamente, não vemos “nós” e “eles”, porque, em Cristo, nos tornamos algo totalmente diferente – uma nova humanidade.

Comente: Que passos deveriam ser tomados para alcançar a meta da unidade?

Ao tratar do problema do exclusivismo, Paulo primeiro estabelece (Romanos 1–3) que não há lugar para jactância, porque todos estão igualmente perdidos. Se estamos todos destinados à destruição, existe pouca motivação para discutir sobre direitos de precedência. Mas Paulo quer que saibamos que Deus tem um plano de salvação disponível a todos os povos. Então, seu segundo ataque contra o exclusivismo se baseia nessa disponibilidade universal. Não haja lugar para jactância porque somos todos igualmente redimidos pela mesma misericórdia de Deus que não mostra parcialidade (Romanos 4–8). Como acontece com os dons espirituais, Deus escolhe algumas pessoas para várias funções de serviço em Seu plano de redenção. Porém, o fato de termos recebido o dom não é ocasião para jactância, mas uma oportunidade para humildade, expressa através do serviço a outros.


Comentário bíblico


I. Eleitos
1  Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência:
2  tenho grande tristeza e incessante dor no coração;
3  porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne.
4  São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas;
5  deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!
6  E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
7  nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.
9  Porque a palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho.
10  E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai.
11  E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama),
12  já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço.
13  Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.
14  Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!
15  Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.   (Rm 9:1-15.)

Nas sociedades democráticas, ligamos automaticamente o termo eleição com votação. Nos assuntos divinos, só um voto conta – o de Deus. Suas escolhas não estão sujeitas à alteração humana. Quando os seres humanos tentam frustrar os propósitos de Deus, Ele nunca perde; só os seres humanos desobedientes perdem. Então, quando Ele escolheu salvar nosso mundo, o resultado nunca esteve em dúvida. Os que tentam frustrar esse propósito são os únicos perdedores.

Alguns têm dificuldade em compreender a escolha soberana de Deus. Consideram essa uma interferência com a liberdade humana. No entanto, a Bíblia é clara (veja Rm 8:28-30) que a predestinação bíblica está de acordo com a presciência de Deus.

28  Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29  Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
30  E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Rm 8:28-30

Deus pode ver antecipadamente todas as decisões individuais que serão tomadas, mas, em Sua presciência Ele não determina quais devem ser essas escolhas. ... A predestinação bíblica consiste no efetivo propósito de Deus, de que todos aqueles que crerem em Cristo sejam salvos (Jo 1:12; Ef 1:4-10). ... Mas o conhecimento divino a respeito do que os homens irão fazer não interfere mais com suas decisões efetivas do que o conhecimento que um historiador possui dos atos passados das pessoas interfere com aquilo que elas fizeram.

“Da mesma forma como uma câmera fotográfica registra as cenas, mas não interfere nelas, o conhecimento antecipado de Deus penetra o futuro sem alterá-lo
” (Nisto Cremos, p. 39, 40).

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;  Jo 1:12; 
 
assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor
5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,
7  no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
8  que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,
9  desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,
10  de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;   Ef 1:4-10

Além disso, quando Deus decide executar Seu propósito divino, a decisão não está sujeita à consideração humana. Deus escolheu Moisés, não Coré; Davi, não Jônatas; Jacó, não Esaú. O efeito dessas escolhas deve ter sido mais óbvio para os judeus: Se o plano da redenção estava somente nas mãos de Deus, quem eram eles, meros seres humanos, para excluir os gentios do reino? Deus é livre para escolher a quem deseje, e Ele desejou que todos, inclusive os gentios, fossem salvos (1Tm 2:4). O raciocínio de Pedro em Atos 10 para pregar aos gentios foi essencialmente o mesmo: Se o ministério a esse grupo foi divinamente confirmado, como podemos lutar contra a vontade de Deus? Paulo reforça o argumento com citações de Oseias e Isaías, indicando que Deus havia trazido os gentios para Sua família (Rm 9:25-29).

o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.  (1Tm 2:4).

25  Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada;
26  e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo.
27  Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.
28  Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve;
29  como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.  (Rm 9:25-29).

Uma curiosa divergência de interpretação quanto a essas passagens levou a abordagens extensamente divergentes quanto ao evangelismo. Alguns sugerem que Deus escolheu arbitrariamente alguns para se perderem e outros para se salvarem. Desse modo, eles questionam por que deveriam ser feitos esforços para alcançar os perdidos. Se foi tudo predeterminado, qual é o proveito? No entanto, os que entendem que Deus convidou todos os povos que não estavam previamente incluídos têm sido forçados a suportar dificuldades e até martírio no afã de espalhar o evangelho. Perante a cruz, todos os seres humanos – não importando raça, casta, status ou origem étnica – são iguais. É importantíssimo que nenhum cristão se esqueça desse ponto.

Pense nisto: Como a aceitação da mensagem de Paulo contribui para a harmonia racial dentro da igreja? Que armadilhas que impediriam o fervor evangelístico aguardam a igreja? Como a mensagem de Paulo pode nos proteger contra a tentação de assumir uma posição de superioridade entre os fiéis? Como nossa segurança espiritual é comprometida quando deixamos de colocar os dons espirituais de Deus no evangelismo e serviço?

Que notícia gloriosa fomos comissionados a dar: aqueles que antes não eram povo de Deus, agora são! Celebramos adoção, cidadania adquirida e outros sinais de pertinência. Que estamos fazendo com a maior experiência de inclusão – estendendo o convite aos outros para se unirem à família de Deus? Que passos práticos estamos dando para nos assegurar de que todos os grupos de pessoas em nossa comunidade tenham a oportunidade de se aquecer à luz divina de Romanos 9?

Atividade: Faça uma lista de todos os grupos populacionais em sua comunidade. Faça isso em uma coluna vertical, abrindo espaço à direita da lista para anotações  adicionais. Depois de compilar a lista, comente cada grupo, anotando no espaço em branco o que a igreja está fazendo para alcançar cada grupo. Seja específico. Alguns grupos estão sendo esquecidos ou abandonados? Desenvolva ideias para alcançá-los. Que sabemos sobre suas necessidades, cultura, idioma, história, experiência nacional? O que nossa classe pode fazer para alcançar pelo menos um grupo além de nossa própria origem étnica ou cultural?

Perguntas de aplicação
1. Que informações devo recolher sobre outros grupos de pessoas a fim de ser instrumento eficaz nas mãos de Deus para partilhar o evangelho?
2. Com que dons espirituais e habilidades naturais Deus abençoou minha classe para libertar os perdidos?
3. Por que certos grupos de nossa comunidade têm sido omitidos?
4. Como nossa igreja pode cultivar a semente do testemunho cristão?

Pesquise alguma publicação adequada para dar a mensagem do evangelho a um dos grupos mencionados acima. Existe um componente cognitivo na conversão, e por isso você deve ter cuidado para achar a melhor literatura ou material de estudo disponível para seu esforço. Em um assalto militar, os planejadores da invasão avaliam que armas são necessárias para vencer os obstáculos entre a força invasora e o objetivo. Essa avaliação não é a mesma para todos os casos. Da mesma forma, os cristãos devem planejar cuidadosamente as melhores ferramentas, mais adequadas a essa invasão do território de Satanás.

Atividade: Discuta métodos que sua classe porá em prática para essa invasão do reino de Satanás. Desenvolva um cronograma. Por exemplo: Se o objetivo proposto for a escola de ensino médio local. Primeiro mês: Ponha uma barraca no campus durante o Dia de Recursos da Comunidade a fim de convidar os estudantes a participar do grupo de dramatização de sua igreja, clube ciclístico, time de futsal, etc. Segundo mês: patrocine a doação de periódicos de temperança para a biblioteca. Terceiro mês: Patrocine o sorteio de CD’s sacros em algum evento esportivo (música cristã contemporânea com a qual os estudantes se relacionem, evidentemente).



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