quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O homem de Romanos 7 (estudo nº 08)




Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra (Romanos 7:6).

Leituras da semana: Romanos 7

Poucos capítulos da Bíblia têm criado mais controvérsia do que Romanos 7. Quanto aos assuntos envolvidos, o The SDA Bible Commentary diz: “O significado dos v. 14-25 tem sido um dos problemas mais discutidos em toda a epístola. As principais questões são quanto a ser ou não autobiográfica a descrição dessa intensa luta moral, e, nesse caso, se a passagem se refere à experiência de Paulo antes ou depois da conversão. Que Paulo estava falando da própria luta pessoal contra o pecado é evidente pelo significado mais simples de suas palavras (cf. v. 7-11; [Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 19; Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 475]). Também é certamente verdade que ele está descrevendo um conflito comum a todos os que são confrontados pelas reivindicações espirituais da santa lei de Deus e despertados por elas” (The SDA Bible Commentary, v. 6, p. 553).

Os estudiosos da Bíblia divergem se Romanos 7 era a experiência de Paulo antes ou depois da conversão. Qualquer posição que se tome, o importante é que a justiça de Jesus nos cobre e que, em Sua justiça, estamos perfeitos diante de Deus, que promete nos santificar, nos dar vitória sobre o pecado e nos conformar “
à imagem de Seu Filho” (Rm 8:29). Estes são os pontos cruciais que precisamos conhecer e experimentar na busca de espalhar “o evangelho eterno” a “cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6).  

                                                     Sujeitos à lei?


1. Que ilustração Paulo usa para mostrar a seus leitores a relação que o cristão tem para com a lei, e que lição ele tira com essa ilustração? 

1 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida?
2  Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.
3  De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.
4  Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.
5  Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.
6  Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.       Rm 7:1-6

A ilustração de Paulo em Romanos 7:1-6 é um pouco obscura, mas uma análise cuidadosa da passagem nos ajudará a seguir seu raciocínio.

No contexto global da carta, Paulo estava lidando com o sistema de adoração estabelecido no Sinai; isto é frequentemente o que ele queria dizer pela palavra lei. Os judeus tinham muita dificuldade para entender o fato de que esse sistema, dado a eles por Deus, devia terminar com a vinda do Messias. Esse é o problema que Paulo estava discutindo – os judeus convertidos ainda não estavam prontos a abandonar o que era parte muito importante de sua vida.

Em essência, a ilustração de Paulo é a seguinte: uma mulher está casada com um homem. A lei a liga a ele enquanto ele viver. Durante a vida dele, ela não pode se casar com outro homem. Mas, quando ele morrer, ela estará livre da lei que a prendia a ele (v. 3).

2. Como Paulo aplica a ilustração da lei do casamento ao sistema do judaísmo? 

4  Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.
5  Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.  Rm 7:4, 5

Assim como a morte do marido libera a mulher da lei de seu marido, a morte da antiga vida na carne, por intermédio de Jesus Cristo, libera os judeus da lei que se esperava que guardassem até que o Messias, o antítipo, cumprisse os tipos ali estabelecidos.

Então, os judeus estavam livres para se “recasar”. Eles estavam convidados a se casar com o Messias ressuscitado e, assim, produzir fruto para Deus. Essa ilustração foi mais um recurso que Paulo usou para convencer os judeus de que agora estavam livres para abandonar o antigo sistema.

Novamente, considerando tudo o que Paulo e o restante da Bíblia dizem sobre a obediência aos Dez Mandamentos, não faz sentido afirmar aqui que Paulo estava dizendo a esses conversos judeus que os Dez Mandamentos não mais estavam em vigor. Os que usam esses textos para tentar provar assim – que a lei moral foi abolida – realmente não querem dizer isso, de qualquer maneira; o que eles realmente querem dizer é que só o sábado foi revogado, não o restante da lei. O entendimento de que esses versos ensinam que o quarto mandamento foi abolido, suplantado ou substituído pelo domingo é uma tentativa de lhes dar um significado que as palavras nunca tiveram.           





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