quinta-feira, 30 de setembro de 2010

História e histórias (resumo do estudo nº 01)




16  Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:16-17

Saber: Reconhecer como personagens, episódios, ambientes, pontos de vista e antecedentes históricos criaram histórias memoráveis na Bíblia.
Sentir: Apreciar a oportunidade de se familiarizar com personagens da Bíblia e aprender suas lições de vida.
Fazer: Considerar as lições de vida contadas nas Escrituras e permitir que o Espírito Santo as use para transformar sua vida.

Esboço

I. Histórias cruciais para o tempo atual
A. Como outras histórias, as da Bíblia incluem personagens que agem e reagem em meio às circunstâncias e ambientes. De que maneira as histórias da Bíblia são especiais? Por que são tão importantes hoje esses relatos ocorridos em tempos e lugares tão diferentes dos nossos?

II. Encontrando o tesouro
A. A autoridade das Escrituras como a Palavra de Deus concede à Bíblia uma vantagem que as outras histórias não têm. Quais pontos de vista as tornam inestimáveis?
B. Como as histórias dos personagens bíblicos falam acerca de nossa vida?

III. Revelar o tesouro
A. Um tesouro enterrado não traz benefício a ninguém. Como reviver as valiosas lições das histórias das Escrituras em nossas circunstâncias pessoais?
B. Por que é tão crucial permitir que o Espírito Santo interprete essas histórias?
C. Quais dilemas da vida podem ser comparados às experiências de vida dos personagens bíblicos?

Resumo: 
Podemos nos beneficiar do estudo dos personagens bíblicos e de como enfrentaram desafios em sua vida, considerando como aplicaram, ou não, princípios piedosos em suas escolhas. Suas histórias podem nos ensinar a confiar no método divino para encarar os desafios do dia a dia.


Motivação 
Deus está ativo não somente ao longo da história, mas também na vida dos indivíduos.

Embora Deus esteja preocupado com a sorte de povos, nações e planetas, cuida também dos detalhes de nossa vida, se nos submetemos a Ele.

“Encontrando padrões onde não existem” (“Finding patterns where none exist”). Uma busca desta frase no Google traz numerosas ocorrências. Se você investigar os resultados descobrirá, naturalmente, grande quantidade de anúncios, tentando vender coisas de que você não precisa, de geladeiras a coelhos. Mas, se você for além das listas e artigos do comércio eletrônico, encontrará exemplos de muitas maneiras pelas quais os seres humanos tentam descobrir padrões e significados no Universo e em sua vida. A sede por significado e modelo assume incontáveis formas, desde as supersticiosas até as completamente estranhas: mapa astral, especulações grotescas sobre a linhagem da família real britânica, exames e testes que supostamente revelarão por que somos do jeito que somos. Em outras palavras, contamos a nós mesmos histórias que explicam os fatos.

A boa notícia é que Deus nunca nos dá o desejo por algo que não existe. Significado e modelo estão por aí, mas se procedem de qualquer coisa menor que uma narrativa divinamente inspirada, frequentemente são uma forma de obter a história errada. Somos parte da história divina, e Deus quer estar em nossa história. Veja uma frase melhor: “Deus o ama e tem um plano maravilhoso para sua vida.”

Comente: 
Como você vê a história divina em sua vida? Como sua vida reflete o plano de Deus? De que modo ela se encaixa na história mais ampla da salvação?

Compreensão
Pedir que a classe faça as seguintes atividades a cada semana do trimestre: 1. Memorizar a história de dois personagens bíblicos.
2. Contar, em poucas palavras, uma dessas histórias.
3. Extrair lições para a vida pessoal, dos exemplos positivos a ser imitados. 4. Extrair lições dos maus exemplos a ser evitados.

Comentário bíblico


I. A intriga: “Reparou em Meu servo Jó?”

1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.
2  Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3  Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente.
4  Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5  Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.
6 Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.
7  Então, perguntou o SENHOR a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.
8  Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.
9  Então, respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura, Jó debalde teme a Deus?
10  Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra.
11  Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
12  Disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.  Jó 1:1-12.)

O livro de Jó diz respeito a uma região e período histórico periféricos em relação à maior parte do Antigo Testamento. Por exemplo, o local exato de Uz é discutido.
Jó é um dos poucos protagonistas do Antigo Testamento que não era israelita nem ancestral dos israelitas. Porém, em nenhuma outra parte é tão clara a ligação da atividade nos domínios humano e divino. Jó é descrito como um homem que “temia a Deus e evitava fazer o mal” (Jó 1:1, NVI). Em nosso mundo hoje, essas características nem sempre são recompensadas e estimadas. Dizem que pessoas boas ficam para trás. Outras perdem a carreira por falar a verdade ou por seguir a consciência, em vez de ir atrás da multidão. Esse não foi o caso de Jó, que “era o homem mais rico do oriente” (Jó 1:3, NVI). Neste mundo em que as riquezas e o poder são frequentemente confundidos com sabedoria, inteligência e virtude, Jó era rico, poderoso, sábio, inteligente e virtuoso. Ele sabia de onde tudo isso provinha, mesmo não compreendendo que o motivo para o seu drama era a guerra espiritual que se travava ao seu redor. Embora Jó temesse a Deus e O consultasse, mesmo acerca das “menores” coisas da vida, provavelmente nunca se houvesse imaginado como o assunto da conversa no banquete dos reinos celestiais. Contudo, no momento relatado em Jó 1:6-12, o grande conflito repentinamente se tornou específico. E foi focalizado especificamente nele. A reação de Jó ao mal era evitá-lo, não ter nada que ver com ele. Essa reação era a atitude correta, mas isso não garantiu que os sentimentos fossem mútuos. Se Deus é ativo em nossa vida, Satanás também tentará ser. Qualquer pessoa, como Jó, pode se tornar um território disputado na luta entre o bem e o mal, que chamamos de a grande luta. Esta é a trama que invade mesmo as histórias aparentemente mais mundanas da Bíblia.

Pense nisto: Quão literalmente devemos tomar a ideia de forças espirituais atuando por trás das cenas, como descrito em Jó 1:1-12? Por que isso é importante?

II. Caráter: O que devemos ser e fazer, e o que não devemos

6  Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava. José era formoso de porte e de aparência.
7  Aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e lhe disse: Deita-te comigo.
8  Ele, porém, recusou e disse à mulher do seu senhor: Tem-me por mordomo o meu senhor e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos.
9  Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
10  Falando ela a José todos os dias, e não lhe dando ele ouvidos, para se deitar com ela e estar com ela,
11  sucedeu que, certo dia, veio ele a casa, para atender aos negócios; e ninguém dos de casa se achava presente.
12  Então, ela o pegou pelas vestes e lhe disse: Deita-te comigo; ele, porém, deixando as vestes nas mãos dela, saiu, fugindo para fora. Gn 39:6-12.)

Como afirmado antes, as histórias da Bíblia não são meramente histórias. Todas procuram construir uma vida que encontre seu centro na presença de Deus, mesmo vivendo em um mundo que faz o contrário. Às vezes, os protagonistas reconhecem esse imperativo, outras vezes, não. Seja qual for a atitude, bem como o curso de ação ditado por ela, há consequências que podem ser vistas claramente no desenvolvimento do caráter. No trecho da história de José, encontrado em Gênesis 39:6-12, temos o típico relato de um jovem vencendo apesar das dificuldades, um “peixe fora d´água”, em um mundo em que não escolheu estar. Mas o sucesso de José não ocorreu simplesmente porque ele era corajoso, inteligente e desembaraçado, embora, pelos padrões do mundo, se pudesse acreditar no sucesso baseado nessas qualidades. A Bíblia se opõe a essa ideia do que é sucesso, revelando o segredo do êxito de José. Deus “
abençoou a casa do egípcio por amor de José” (Gn 39:5). Como no livro de Jó, a presença da bondade e da bênção divina atraíram seus opostos, na forma da mulher de Potifar, com seus planos “especiais” para José. Para certo tipo de pessoa isso poderia parecer justamente mais um pouco de sorte. Mas, diante do dilema, José olhou para a situação primeiramente do ponto de vista divino, vendo o que perderia se caísse em tentação.

Pense nisto: 
Deus é sempre um personagem nas histórias do Antigo Testamento, mesmo que pareça não ter atuado diretamente. Seu ponto de vista sempre é representado. Isso acontece em sua vida?

Aplicação
O amor é crucial para a própria vida, e no amor de Deus vemos o amor em sua forma perfeita. 

Perguntas para consideração
1. Por que as verdades que Deus deseja nos ensinar frequentemente são mais bem comunicadas através de narrativas e histórias? Este método de transmissão ocorre no Novo Testamento, bem como no Antigo; como base da mensagem cristã, os quatro evangelhos são apresentados como histórias, e incluem histórias dentro das histórias, isto é, as parábolas.

2. Identifique a narrativa mais ampla subentendida em todas as narrativas da Bíblia. Os nomes e os personagens mudam, mas o tema do grande conflito atravessa o tecido de cada história. Qual é o benefício de falar a mesma narrativa em diferentes formas?

Perguntas de aplicação
1. Muitas pessoas hoje consideram as histórias da Bíblia como tendo ocorrido “há muito, muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante”, usando uma frase popular. De fato, os eventos registrados na Bíblia ocorreram em um mundo muito diferente do nosso, especialmente se vivemos no Ocidente secular, onde tanto a religião quanto a tradição têm uma influência mais fraca. Como podemos transpor a resistência inicial que muitos têm para levar a sério a Bíblia, para introduzir-lhes o grande poder que ela tem de transformar vidas.

2. Como cristãos, todos temos nossa própria história sobre a maneira de Deus operar em nossa vida. Que poder existe em falar delas aos outros e a nós mesmos? Por que precisamos relembrar, de vez em quando, nossa história?

Criatividade
A seguinte atividade destina-se a enfatizar a centralidade da narrativa superior do grande conflito em relação a todas as outras histórias e narrativas da Bíblia.

Relembre as questões fundamentais do tema do grande conflito. Enfatize que esse é um conflito entre o programa representado por Satanás – por exemplo, egoísmo, disposição para promover a si mesmo sem consideração por Deus e pelos outros, a opinião de que os fins justificam os meios, etc. – e o programa de Deus, especialmente abnegação, paciência, paz, e humildade. Veja exemplos de histórias bíblicas, resumindo-as da melhor maneira possível. Pergunte quem ou o que, na história, representou a visão satânica da vida, e quem ou o que representou a visão divina. Como os eventos da história refletiram o grande conflito? Como se encaixaram na narrativa mais ampla?




Nenhum comentário:

Postar um comentário