sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Todo o resto é comentário (estudo nº 13)




Você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus (Romanos 14:10, NVI).

Leituras da semana: Romanos 14–16

Conta-se que alguém se aproximou de um famoso rabino da antiguidade e lhe pediu que explicasse todo o significado da Torah enquanto se apoiava em uma só perna. “Não faça aos outros”, o rabino disse sobre uma perna, “o que lhe parece prejudicial; essa é toda a Torah. Todo o resto é comentário”.

Quer concordemos com a declaração do rabino, quer não, num ponto ele tinha razão. Alguns aspectos de nossa fé são fundamentais, e outros, mero “comentário”. A lição desta semana examina parte desse “comentário”. O que isso significa é que tudo o que veio antes destacou os princípios fundamentais da salvação. Qual é a função da lei – seja ela todo o sistema do Antigo Testamento, sejam apenas os Dez Mandamentos – na área da salvação? Paulo precisou definir claramente os termos em que Deus aceita uma pessoa. Talvez tudo pudesse ser resumido pela pergunta do carcereiro pagão: “
Que devo fazer para que seja salvo?” (At 16:30).

Tendo tudo isso explicado, Paulo então passa fazer algum “comentário”. Embora seja muito enfático em alguns pontos, Paulo assume uma atitude muito mais livre quanto a outras coisas. Isso porque essas coisas não são essenciais, como se fossem “comentário”. Mas, ao mesmo tempo, embora em si mesmas não fossem cruciais, a atitude que os cristãos mantinham uns com os outros no trato desses assuntos, era, sim, essencial.            

                                            O irmão fraco


1 Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.
2  Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes;
3  quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Romanos 14:1-3,

Nestes versos a questão era o consumo de carnes que poderiam ter sido sacrificadas aos ídolos. O concílio de Jerusalém (At 15) decretara que os conversos gentios deveriam se abster de consumir esses alimentos. Mas sempre havia a pergunta se as carnes vendidas nos mercados públicos eram provenientes de animais sacrificados aos ídolos (veja 1Co 10:25 - Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência). Alguns cristãos não se incomodavam com isso; outros, se porventura houvesse a mínima dúvida, escolhiam comer apenas legumes. O assunto não tinha nada que ver com a questão do vegetarianismo e viver saudável. Nem Paulo estava sugerindo nessa passagem que havia sido abolida a distinção entre carnes puras e impuras. Essa não é a questão em consideração. Se as palavras “Um crê que de tudo pode comer” (Rm 14:2) fossem entendidas que agora qualquer animal, limpo ou impuro, pode ser comido, elas estariam mal-aplicadas. A comparação com outras passagens do Novo Testamento proíbe essa aplicação.

Enquanto isso, “acolher” alguém que é débil na fé significava conferir-lhe plena capacidade e status social de membro. A pessoa não deveria ser objeto de discussão, mas ter direito a sua opinião.

1. Então, que princípio devemos tomar de Romanos 14:1-3?
Também é importante perceber que, no verso 3, Paulo não fala negativamente do “débil na fé”. Nem ele dá a essa pessoa o conselho de se tornar forte. No que se refere a Deus, o cristão extremamente escrupuloso (assim considerado, aparentemente, não por Deus, mas por seus irmãos) é aceito. “Deus o acolheu.”

2. Como Romanos 14:4 amplia o que acabamos de ver?

Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.

Embora precisemos manter em mente os princípios considerados na lição de hoje, não existem ocasiões nem lugares em que precisamos entrar e julgar, se não o coração de uma pessoa, pelo menos as ações? Temos que recuar e não dizer nada em todas as situações? Isaías 56:10 descreve os atalaias como “
cães mudos, [que] não podem ladrar”. Como podemos saber quando falar e quando manter silêncio? Como podemos alcançar o equilíbrio correto?






Nenhum comentário:

Postar um comentário