sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Relações com os outros
4. “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Rm 13:8). Como devemos entender este texto? Significa que, se tivermos amor, não teremos a obrigação de obedecer à lei de Deus?
Assim como Jesus, no Sermão do Monte, Paulo amplia neste texto os preceitos da lei, mostrando que o amor deve ser o poder motivador por trás de tudo que fizermos. Sendo a lei uma expressão do caráter de Deus, e Deus é amor, segue-se que o amor é o cumprimento da lei. Mas Paulo não substitui os preceitos detalhados com precisão pela lei por um padrão vago de amor, como alegam alguns cristãos. A lei moral ainda está em vigor, porque, novamente, é ela que assinala o pecado – e quem vai negar a realidade do pecado? Porém, a lei só pode ser obedecida verdadeiramente no contexto do amor. Lembre-se: alguns dos que levaram Cristo para a cruz correram em seguida para casa a fim de guardar a lei!
5. Que mandamentos Paulo cita para ilustrar o princípio do amor na guarda da lei? Por que ele menciona esses em particular?
Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor. Rm 13:9-10
Curiosamente, o amor não foi um princípio introduzido recentemente. Citando Levítico 19:18: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo”, Paulo mostra que o princípio era parte integrante do sistema do Antigo Testamento. Paulo apela para o Antigo Testamento a fim de apoiar sua pregação evangélica. Com base nesses textos, alguns argumentam que Paulo ensina que só os poucos mandamentos mencionados aqui estão em vigor. Nesse caso, isto significa que os cristãos podem desonrar os pais, adorar os ídolos e outros deuses diante de Deus? Claro que não!
Veja o contexto. Paulo está lidando com o relacionamento entre os cristãos. Ele trata de relações pessoais, e é por isso que especifica os mandamentos que se concentram nessas relações. Seu argumento certamente não deve ser interpretado como se invalidasse o restante da lei
Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue. At 15:19-20
pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro 1Ts 1:9
Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho , Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. 1Jo 5:21
Além disso, como os escritores do Novo Testamento assinalam, quando demonstramos amor aos outros, mostramos também amor a Deus
O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Mt 25:40
Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão 1Jo 4:20-21
Pense em seu relacionamento com Deus e como este se reflete em suas relações com os outros. Qual é o papel do amor nessas relações? Como você pode aprender a amar aos outros do modo como Deus nos ama? O que o impede de fazer assim?
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