segunda-feira, 1 de março de 2010

O fruto do Espírito Santo é domínio próprio (resumo)




Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. Fil. 4:8


ESBOÇO 


I. O poder positivo do pensamento correto


A. O comportamento, seja deliberado, seja inconsciente, segue um caminho definido. O pensamento é seguido pela fala e pelas ações. Nosso comportamento segue o que está armazenado em nosso banco mental.


1. Que verdades existem na declaração do salmista: “Guardo no coração as Tuas palavras, para não pecar contra Ti”? (Sl 119:11).


2. Como a vida conforme a Palavra de Deus mantém puro o coração?


II. O domínio sobre o próprio eu é possível


A. “A cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens” (1Jo 2:16, NVI) – todos estão relacionados com nossas emoções e sentimentos.


1. Como isso indica que os sentimentos podem ser perigosos se não forem santificados em Cristo?


III. Modificando o pensamento e o comportamento


A. A questão do domínio próprio costuma ser irritante para o cristão. Se for praticado injustamente, pode levar às armadilhas de legalismo, fanatismo, desânimo espiritual e depressão. Como os ataques de Satanás ocorrem a vida toda, o mesmo deve ocorrer com o domínio próprio.


1. Como a vivência com as Escrituras pode dirigir nosso pensamento e ajudar a derrotar o mal?


2. Como a compreensão da graça e justiça de Deus pela fé pode desenvolver uma forma de pensar espiritualmente amadurecida e equilibrada?


3. Como a negligência em manter uma vida devocional afeta nosso pensamento e comportamento?


Resumo: O pensamento correto leva à vida correta. Depender dos sentimentos tem seus perigos. O domínio próprio é desenvolvido quando permitimos que as Escrituras orientem nosso pensamento.

O Espírito Santo nos dá domínio próprio a fim de que tomemos decisões que nos permitam ser úteis a Deus, aos outros e a nós mesmos.

Xarope de milho é rico em frutose: Se você acompanhou as notícias sobre saúde e nutrição nos últimos anos, pode saber que esse ingrediente nos refrigerantes e “fast foods” está relacionado à proliferação da obesidade e doenças correlatas em muitas partes do mundo. Por quê?

O xarope de milho rico em frutose é tão denso em calorias que não desliga o mecanismo da fome como os outros alimentos. A pessoa ainda pode achar que tem fome depois de consumir uma quantidade imensa de calorias na forma de um pequeno refrigerante. Temos reguladores internos que dizem quando devemos parar de comer, mas o xarope de milho rico em frutose os ignora habilmente.


Isto é o que o mundo, a carne, e o diabo fazem para nosso alardeado “livre-arbítrio”. Temos livre-arbítrio suficiente para conhecer o que é certo e o que é errado – e para fazer ocasionalmente a coisa certa – mas não o suficiente para fazer constantemente as coisas que agradam a Deus. As coisas deste mundo “sabem” como desligar nossos mecanismos de controle de agir corretamente.


As boas-novas: Deus tem um novo mecanismo de controle para você, que realmente funciona. Tudo o que você precisa fazer é reconhecer que o que você tem agora é defeituoso e pedir o fruto do Espírito, que inclui o domínio próprio.


Pense nisto: Em um mundo em que somos encorajados a satisfazer cada desejo, por que costuma ser difícil considerar o domínio próprio uma coisa positiva? Mas qual é a alternativa se não o tivermos?


Comentário bíblico
I. Domínio próprio

Gl 5:23  -  mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 


Egkrateia é a palavra grega traduzida como “domínio próprio” em Gálatas 5:23. O conceito era popular entre os filósofos estóicos daquele tempo, que o consideravam uma forma de afirmar autonomia pessoal em face das forças impessoais da vida e da natureza, inclusive o ser frio e impassível que os estóicos imaginavam fosse Deus.


Em contraste, Paulo imaginava um Deus pessoal, profundamente empenhado, que nos deu a habilidade de nos conduzir pela experiência que não teríamos de outra forma. Paulo viu que algumas das forças que nos assediam à vontade (mencionadas em 1Jo 2:15, 16, por exemplo), existem dentro de nós. Precisamos de alguém de fora para nos dar o domínio próprio que os estóicos desejavam, e esse alguém é o Espírito Santo.


Pense nisto: Qual é o resultado provável de nossas tentativas de exercer o “domínio próprio” unicamente por nossa própria força de vontade e boas intenções?


Veja Rm 7:18-25  -  Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.


II. O mundo

1Jo 2:15, 16  -  Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.


Rm 12:2  -  E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 


O primeiro passo do domínio próprio cristão é o desejo de ser governado por Deus em lugar do que é referido no Novo Testamento como o mundo. João 3:16 diz que Deus amou o mundo. Também sabemos em Gênesis que Deus criou o mundo e viu que era bom. Então, por que o autor de 1 João nos diz que o amor do mundo e o amor de Deus não podem existir juntos no mesmo coração?


A palavra usada para mundo em todas essas ocorrências é a mesma: kosmos. Esta é realmente uma palavra neutra, que significa ordem. Essa ordem pode ser a que Deus criou em Gênesis e pela qual Ele (Jo 3:16) sacrificou Seu Filho; ou pode ser uma falsa ordem, um sistema ilusório de valores e prioridades. Evidentemente, o mundo, ou kosmos, referido em 1 João 2:15, 16 ou Romanos 12:2 é o último.


Usado neste contexto, o mundo não é apenas o lugar em que vivemos. São as suposições que governam as ações e convicções dos que não conhecem a Deus. Em primeiro lugar, o mundo está preocupado com o que é temporário (literalmente, limitado ao tempo, temporal), enquanto Deus e Seu povo estão preocupados com o que é eterno. As coisas que são não estão especificamente relacionadas com Deus ou com o que é eterno são chamadas de seculares. A palavra secular vem da palavra latina era. As coisas seculares são as que estão relacionadas com esta era presente, e não com a eternidade. Pode ser necessário atendermos essas coisas e até podem elas ter algum valor em si mesmas, mas se amamos a Deus, elas não são nosso maior propósito.


Pense nisto: Como devemos interagir com o mundo e as coisas que existem nele? (Veja Jo 15:19 -  Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.)


III. Sob domínio estrangeiro

1Jo 2:16  -  porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 


Quando o mundo e as coisas que existem nele se tornam nosso maior propósito, somos controlados por elas, não por nós mesmos, e certamente não por Deus. Ficamos sujeitos às cobiças mencionadas em 1 João 2:15, 16. A cobiça da carne, embora tenha hoje uma conotação bastante sensual, não era necessariamente de natureza sexual. Sucumbimos a ela quando valorizamos o conforto e o prazer físico – ou sua realização – como nossa principal meta na vida.


A “cobiça dos olhos” inclui os desejos despertados pela visão. Novamente, não está se referindo necessariamente à pornografia ou à contemplação de coisas de natureza lasciva, embora essas coisas estejam incluídas. Nem está se referindo só às coisas que vemos literalmente. Outra palavra para esse sentido pode ser o que chamamos de superficialidade, a tendência a atribuir valor às coisas tendo por base a aparência exterior, ou a aparência. Pode-se até considerá-la como a força por trás da hipocrisia religiosa, visto que o hipócrita está interessado principalmente em parecer religioso pela aparência exterior. O mesmo se pode dizer de algumas formas de legalismo, visto que frequentemente hã mais preocupação com as pessoas que são vistas fazendo as coisas certas, ou, mais normalmente, não fazendo coisas que pareçam erradas.


Intimamente aliada a essas está a “soberba da vida” (RA), o desejo opressivo de parecer superior a outras pessoas, crer de fato ser superior ou pelo menos notável. Vemos isso hoje no desejo que muitos alimentam de ser famosos por alguma coisa e, de preferência, na televisão. Pode ser chamado com maior precisão de orgulho desta vida, visto que a vítima dessa tendência considera mais importante a realização de elevado status e importância no presente.


Pense nisto: Mesmo como cristãos, somos capazes de entreter e ser cativados por essas cobiças e tendências “mundanas”. Como devemos reagir quando elas se apresentam? 


(Veja Rm 13:14  - mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.)


Perguntas para reflexão


1. O domínio próprio, como ensinavam os estóicos e outros do mundo antigo, era ascético e pretendia afirmar a autonomia do indivíduo. Compare esses motivos com a razão bíblica (Veja 1Co 9:27  - Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado).

2. Compare José e Sansão. José enfrentou grandes provas e infortúnios desde a tenra idade mas as superou para se tornar um grande homem tanto em sentido espiritual como mundano. Sansão nasceu com muitas vantagens mas terminou a vida como escravo. O que estas histórias nos ensinam sobre o uso das circunstâncias para nos aperfeiçoar espiritualmente e glorificar a Deus?



Perguntas de aplicação


1. Provavelmente, podemos falhar pelo menos algumas vezes enquanto tentamos aprender o domínio próprio. Como devemos reagir? (Veja Pv 24:16 -  porque sete vezes cairá o justo e se levantará; mas os perversos são derribados pela calamidade)
2. Apesar do fato de que o domínio próprio é descrito como um dom, e está implícito que Deus nos ajuda a aprendê-lo, parece ser frequentemente um processo solitário e difícil. Como podemos manter a conexão com Deus que torna mais fácil esse processo?
3. Quais são os resultados da falta de domínio próprio que vemos no mundo, hoje? Nossa sociedade e nosso sistema econômico encorajam as pessoas a controlar os impulsos e adiar a satisfação, ou encorajam o contrário?
4. Como podemos fugir da multidão de vozes que nos atormentam para fazer ou comprar coisas que nos prejudiquem física, espiritual e financeiramente?



Para aprender o domínio próprio, precisamos nos conhecer, bem como nossas fraquezas e nossas forças, como minimizar as primeiras e maximizar as últimas. As atividades a seguir pretendem dar a você e seus amigos as ferramentas para fazer isso.


Junte um grupo de amigos eaçam anonimamente uma lista com até dez coisas que mais os levam a perder o controle, sem pôr seus nomes. Podem ser coisas (dinheiro, comidas, etc.), emoções (raiva, frustração, tristeza, etc.), situações ou pessoas (não mencionar nomes, por favor).


Peça que todos passem suas folhas para a frente. Mencione cada item e registre o número de vezes que determinada coisa é mencionada. Seus amigos vão ver que não estão sozinhos em suas lutas e que talvez possam contar com a ajuda uns dos outros.


Dê oportunidade àqueles que estiverem dispostos a contar como conseguiram a vitória sobre um pecado ou problema e como conseguiram mantê-la. Pode ser uma coisa grande ou pequena. Que atividades, pessoas ou coisas os tornam mais fortes? Mais fracos?

Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/frlic1012010.html



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