quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma relação de amor entre Deus e nós




Quando Lhe foi perguntado qual era o mais importante de todos os mandamentos, Jesus respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mt 22:37, 38).

4. Que significa esse texto? Como é possível obedecer ao que Jesus ordena nesse texto?


Pense nas implicações incríveis dessas palavras. De acordo com Jesus, o mais importante de todos os mandamentos não era guardar o sábado, nem qualquer outra das proibições contra matar, roubar e adulterar. Ao contrário, o mais importante de todos os mandamentos trata com o que está em nosso coração; trata com o que está dentro de nós e não com nossas ações exteriores, por mais importantes que sejam.
Realmente, se o mandamento mais importante fala de nosso amor a Deus, o fundamento de todos os mandamentos trata de uma relação. Afinal, o que é o amor se não uma relação – em que amamos a Deus sobre e além de todas as outras pessoas e tudo o que existe?


5. Por que o amor a Deus é o mais importante de todos os relacionamentos? Por que é tão fundamental? Que perigos surgem se amarmos alguma coisa, qualquer coisa, mais que a Deus?


Desde o começo, de fato, a intenção de Deus era que a humanidade fosse capaz de desfrutar um relacionamento especial com Ele. Era Seu propósito fornecer à humanidade um plano mais elevado de experiência do que com as demais criaturas que Ele havia criado sobre a Terra. Essa verdade se reflete em Gênesis 1:26: “Disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.” Nenhuma das outras criaturas foi feita à Sua imagem; a nenhuma das outras criaturas foi dada a responsabilidade que foi dada à humanidade. Consequentemente, os seres humanos não são apenas macacos altamente desenvolvidos; existe uma vasta distância qualitativa entre a humanidade e o restante da criação de Deus sobre a Terra. Somos especiais, e parte dessa qualidade especial é revelada na relação de amor que somos chamados a ter com Deus, algo que os animais e as plantas não são capazes de experimentar.



Louvando ao Senhor


                                   
Alegre-se em Deus. Cristo é luz, e nEle não há treva nenhuma. Olhe em direção à luz. Acostume-se a falar do louvor de Deus. Torne os outros felizes. Essa é sua primeira responsabilidade. Isso haverá de fortalecer os melhores traços de caráter. Abra, escancare as janelas do coração em direção ao Céu, e permita que entrem os raios do sol da justiça de Cristo. Pela manhã, ao meio-dia e à noite, seu coração pode estar cheio dos raios brilhantes da luz do Céu” (Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 7 de abril de 1904).


6. Como você pode tomar estas palavras e fazer delas uma realidade em sua própria vida?


Sem dúvida, como cristãos, temos muitos motivos para louvar a Deus; isto é, quaisquer que sejam nossas lutas, quaisquer que sejam nossos temores, nossas dores, perdas e decepções, todos temos muito pelo que ser gratos a Deus, não é verdade? Afinal, não importa qual seja nossa situação imediata, ainda temos a esperança e promessa da vida eterna em Jesus, a esperança e promessa de que “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21:4). Só isso, se nada mais houvesse, nos dá razões de sobra para louvar.


7. Quaisquer que sejam suas lutas, que motivos você tem para louvar a Deus? Escreva uma lista dessas coisas e por que você é grato a Deus por elas.


Antes de podermos louvar sinceramente, precisamos ter experimentado pessoalmente a bondade do Senhor. Precisamos conhecer por nós mesmos a realidade de Deus e de Seu amor por nós como indivíduos. Isso é algo que o Senhor fará a todos os que estiverem abertos à Sua guia. É só nosso coração obstinado, nossa natureza carnal que nos impede de conhecer por nós mesmos a bondade e o amor de Deus. E, uma vez conhecendo aquela bondade e aquele amor, como podemos deixar de louvar o Senhor?


Como você pode alimentar cada vez mais a atitude de louvor e ações de graças ao Senhor, apesar das provações e sofrimentos que você enfrenta?


segunda-feira, 29 de março de 2010

Dedicar à Deus, um “culto racional”



Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1).


Até agora, vimos que Deus é um Deus de amor e graça, e deseja manter um relacionamento especial conosco, algo que nenhuma das outras criaturas aqui na Terra pode desfrutar. No centro desse relacionamento está a cruz e o plano de salvação, porque – entre todos os motivos que temos para amar a Deus – a cruz é sem dúvida o melhor.


8. De acordo com 1 João 4:10, - Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.


qual é a essência do que significa amar a Deus?


Quando você ama alguém, as palavras de louvor e apreciação são naturais. Quando, como cristãos, damos o coração ao Senhor, obtemos o dom do Espírito Santo, e Ele enche o cristão com um senso de profunda gratidão ou apreciação. Dessa apreciação surge um coração cheio de louvor e adoração a Deus.


Mas um ponto importante é esquecido por muitos. O verdadeiro louvor a Deus envolve todo o ser. Isto é, louvamos a Deus não apenas em nível espiritual, emocional e mental, mas também com nosso corpo físico. É a aplicação de hábitos saudáveis na vida que nos dá clareza mental, o equilíbrio do todo.


Os cientistas descobriram fascinantes mudanças físicas no cérebro, que seguem padrões habituais. Por exemplo, as drogas induzem mudanças no cérebro, que ficam firmemente arraigadas e provocam vícios poderosos. A degeneração dos vasos sanguíneos tem igualmente como resultado o funcionamento cerebral prejudicado. Uma doença como o mal de Alzheimer é resultado da destruição de células do cérebro. Claramente, dependemos do estado físico para desfrutar claras relações mentais, emocionais e espirituais. Muitos alimentos e bebidas, incluídos na alimentação como artigos muito ocasionais, não terão nenhum efeito mensurável. Mas se tornam problemáticos quando os incorporamos como práticas habituais. Damos a Deus louvor por todas as nossas bênçãos oferecendo a vida inteira como sacrifício vivo.


Pense mais na ideia de louvar a Deus com nosso corpo. O que significa isso? Como as escolhas do estilo de vida podem ser um meio de louvar a Deus? Ao mesmo tempo, como escolhas errôneas de estilo de vida podem ser um meio de negar a Deus?




Sexta-feira                               Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 637-642: “A Unção de Davi”.
Davi, na beleza e vigor de sua jovem varonilidade, estava se preparando para assumir uma elevada posição entre os mais nobres da Terra. Seus talentos, como dons preciosos de Deus, eram empregados para exaltar a glória do Doador divino. Suas oportunidades para a contemplação e meditação serviam para enriquecê-lo daquela sabedoria e piedade que o tornavam amado de Deus e dos anjos. Contemplando ele as perfeições de seu Criador, mais claras concepções de Deus se desvendavam perante ele. Assuntos obscuros eram iluminados, dificuldades eram explanadas, harmonizadas, perplexidades, e cada raio de nova luz provocava novas expansões de júbilo e mais suaves antífonas de devoção, para a glória de Deus e do Redentor. O amor que o movia, as tristezas que o assediavam, os triunfos que o acompanhavam, tudo eram assuntos para o seu ativo pensamento; e, ao ver o amor de Deus em todas as providências da vida, seu coração palpitava com mais fervorosa adoração e gratidão, sua voz soava com mais magnificente melodia, sua harpa era dedilhada com alegria mais exultante; e o jovem pastor ia de força em força, de conhecimento em conhecimento; pois o Espírito do Senhor estava sobre ele” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 642).

Perguntas para reflexão


1. Comente em classe sua resposta à pergunta do que significa amar a Deus. Como nós, seres caídos, podemos amar a Deus? O que significa isso? Qual é a diferença entre o amor a Deus e o amor a outras pessoas ou outras coisas, sejam quais forem elas?
2. Por que o louvor a Deus é tão importante para nós? Como o louvor e a adoração nos levam para mais perto de Deus? Como o louvor e a adoração nos ajudam a conhecer e amar melhor a Deus? Também, por que o louvor a Deus é especialmente importante em tempos de crise? Afinal, qualquer pessoa pode louvar corretamente a Deus nos tempos bons, certo? O que é necessário para louvá-Lo nos tempos maus?
3. Como destacamos por toda a semana, a salvação é somente pela fé. Nenhum de nós é suficientemente bom para merecer a salvação; ainda mais, nenhum de nós pode ser criado bom o suficiente para merecê-la. A salvação tem que ser dom de um Deus amoroso e benevolente para com a raça caída de seres que, em seu íntimo, são corrompidos pelo pecado e que, por si mesmos, não têm nada para oferecer ao Senhor. Mas, ao mesmo tempo, fomos chamados, inúmeras vezes na Bíblia, para obedecer a Deus. Em outras palavras, embora não sejamos salvos pelas obras, as obras são parte do que significa ser salvo e ter salvação. Como podemos entender a relação entre a fé e as obras? Como podemos aprender a louvar a Deus e revelar nosso amor por Ele mediante as obras e, ao mesmo tempo, não ser apanhados na armadilha de crer que essas obras nos salvam?


Extraído de:  http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/frlic122010.html

domingo, 28 de março de 2010

Graças a Deus, de quem provêm todas as bênçãos! (resumo)







Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Salmo 103:1


Esboço


I. A magnitude da bondade de Deus


A. Antes do início do tempo, o Céu tomou providências para a saúde e felicidade do Universo. Essas providências incluíam o oferecimento inestimável do melhor dom de Deus – Seu Filho. Por que é tão importante compreender o comprimento, a profundidade e a altura do amor de Deus, apesar de estar além do conhecimento?
B. Recapitule os textos bíblicos que descrevem suas representações favoritas da grande glória de Deus e medite neles.

II. Desperte, você que está dormindo!


A. Por que é verdade que quanto mais compreendemos a amplitude da generosidade de Deus, Seu amor abnegado e incondicional, mais completamente podemos responder emocionalmente a Ele e aos outros?
B. Que emoções e atitudes são despertadas pela meditação no que Deus fez por nós ao longo da história e em nossa vida pessoal?


III. Louvor como sacrifício


A. O salmista Davi escreveu: “O louvor Te aguarda em Sião, ó Deus” (Sl 65:1, NVI). Como toda a nossa existência – o que fazemos e o que não fazemos – pode louvar a Deus física, mental e espiritualmente?
B. Como esse louvor a Deus também é, paradoxalmente, um sacrifício a Ele?


Resumo: O louvor a Deus parte de uma apreciação de Sua bondade demonstrada a nós. Inclui a expressão de nossa adoração e gratidão mediante o que pensamos, dizemos e fazemos.

Quanto mais profunda for a apreciação do amor e caráter de Deus, mais completos serão nosso louvor e nossa submissão.

Um casal que procurava um tapete para comprar descobriu que existem dois métodos para determinar a cor de um tapete: o “do rabanete” e o “da beterraba”. No método do rabanete, o tapete é fabricado com fios de uma cor neutra e, então, é tingido. O resultado final produz um tapete que se parece com um rabanete – vermelho na superfície, branco no interior. O tapete tecido de acordo com o método da beterraba é feito com fibras já tingidas de uma cor específica. Não precisa de tintura e se parece com a beterraba: vermelho por dentro e por fora. O método do rabanete funciona, mas se desgasta mais depressa que o tapete do método da beterraba, em que a cor penetra ao longo das fibras, em lugar de ser apenas aplicada superficialmente. O casal escolheu o “tapete de beterraba” e, anos depois, ainda está contente com a durabilidade do tapete. Se nossa apreciação do amor de Deus for superficial, criando um relacionamento apenas limitado, as tentações, desapontamentos e desafios da vida desgastarão nossa aparente devoção e exporão nosso verdadeiro caráter. Se somos os mesmos por dentro e por fora, nosso louvor e submissão permanecerão constantes não importando quais forem nossas provações.


Atividade de abertura: Sobre uma prancheta, ponha uma folha de papel dividida em quatro colunas com as categorias: Deus de Maravilhas, Deus de Verdade, Deus que Ama, e Deus que Garante Nosso Futuro. Crie uma lista de avaliação de Deus, mencionem coisas que aumentam sua apreciação de Deus.


Comente: Sugiram em que categoria suas respostas mais se enquadram. Como a gratidão nessas áreas aumenta sua apreciação de Deus?


Esta lição apresenta os fundamentos para o estudo da saúde neste trimestre. Alguns usam a saúde para apaziguar Deus. Escolhas que melhoram o estilo de vida “contam pontos” diante de Deus, como se quanto mais nos abstivéssemos ou fizéssemos, mais Deus nos abençoaria. Essa aberração leva ao fanatismo, farisaísmo e atitudes críticas que criam dissensão. No entanto, este estudo diz que a verdadeira saúde está arraigada em uma grata resposta ao Deus de amor, equidade e graça. Em vez de levar ao fanatismo, essa abordagem nos leva a mais profunda apreciação do dom da saúde e maravilha da criação chamada de corpo. Essa apreciação nos leva a respeitar o dom de nosso corpo e de quem nos deu; assim cuidamos dele, não por servidão mas por gratidão.

Comentário bíblico

I. Louvando e amando um Deus de amor e graça

1Jo 4:7-1218   -  Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.      -      No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. 


A apreciação a Deus se deve a dois atos divinos importantes: criação e redenção. Pela criação, recebemos vida – o prazer de interagir com Deus e com as maravilhas que Ele criou. O pecado interrompeu essa relação, danificando nossa capacidade de conhecer Deus. A rebelião deveria ter resultado no extermínio da humanidade. Mas, ao contrário, Deus sacrificou Seu Filho para nossa redenção. Satanás obscurece essa verdade, pois sabe que o reconhecimento da misericórdia de Deus é a fonte de uma vida transformada. Ele quer que tenhamos medo de Deus. 


Frequentemente, seu instrumento de medo é a própria religião. Se aquilo que as pessoas buscam quando querem encontrar Deus puder fazê-los ter medo, Satanás sai vitorioso. “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” (1Jo 4:18). É igualmente verdade: “O medo lança fora o amor”. Satanás sabe que, se nosso relacionamento com Deus for motivado pelo medo, nunca apreciaremos Seu amor. Então, Satanás planta fatores de medo em nossa fé! A reunião celestial por ocasião da volta de Cristo é obscurecida pelo tempo de tribulação, crises econômicas e visões de juízo final. A alegria da redenção é rebaixada para se tornar um “seguro contra incêndio”. A fuga dos fogos do inferno toma o lugar da comunhão com Deus. Os privilégios do estilo de vida cristão são reduzidos a obrigações cumpridas para fugir da ira de Deus. Que triste visão da salvação! Mas Deus nos oferece alegria exuberante. Somos livres para navegar pelo Universo com Deus, licenciados para voar de primeira classe com a Realeza. Graças a Deus, de quem vêm todas as bênçãos!


Pense nisto: Como um relacionamento com Deus fundamentado no medo influencia nossa noção de saúde? Qual pode ser o resultado de um relacionamento de amor? Como o amor a Deus nos afeta fisicamente? Mentalmente? Espiritualmente? 


Ef 2:8, 9  -  Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. 


Ef. 4:32  -  Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. 


Ef. 5:2; -  
e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave




Fp 2:5-8  -  Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 


Cl 3:12-13  -  
Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;





II. Um “culto racional”

Rm 12:1  -  Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 


Os conceitos de vida e sacrifício não se harmonizam facilmente. Devemos nos lembrar de que, antigamente, a ideia de sacrifício não se limitava ao sentido mais moderno somente de abrir mão de algo. O sacrifício estava indissoluvelmente ligado à realidade da morte. Na cultura hebraica, um pecador levava ao santuário um animal puro e tirava sua vida como forma de expiação pelo pecado. O animal sacrifical nunca se levantava nem saía do altar! Sacrifício significava morte. Agora, Paulo introduz uma metáfora atordoante: sacrifício vivo. Quem poderia ser mais qualificado para introduzir esse conceito do que ele? Anteriormente, em Romanos, ele escreveu eloquentemente sobre a morte para o pecado (Romanos 6) e também sobre o Espírito doador de vida que não traz condenação (Romanos 8). Agora, ele nos chama tanto a morrer como a viver. E o mais interessante é que ele se refere a isso como nosso “culto racional” ou lógico. No entanto, que metáfora apropriada é essa noção para descrever a completa submissão a Deus! Talvez tenhamos aqui uma noção de como Abraão e Isaque se sentiram quando subiram ao monte em submissão ao chamado de Deus para o sacrifício. 


Pense nisto: Ao pensar em minha experiência espiritual, que evidência tenho de que estou morrendo para minhas propensões egoístas naturais e vivendo pelos propósitos de Deus? Se não posso considerar minha vida como um “sacrifício vivo” neste momento, que mudanças devo permitir que Deus faça para me transformar?


Como aplicar a atitude de gratidão à administração do lado físico da vida? As falsas teorias colocam em risco a integridade física e espiritual dos cristãos modernos que, às vezes, se encontram na mesma condição de Daniel, seduzido a participar das finas iguarias de Babilônia. Diante da tentação, o antigo profeta resolveu não se contaminar. Será que o mesmo pode ser dito a nosso respeito? Analise com a classe as afirmações abaixo, comparando-as com a vida de cada um, com a atitude da classe e da igreja como um todo.


Digam quais afirmações consideram certas e quais acham erradas:


1. “Devemos adaptar nossa prática à do mundo ao nosso redor. Se estamos em Babilônia, temos que proceder como os babilônios.”
2
. “Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Nosso corpo é morada do Espírito Santo, e precisamos acordar para a realidade de que Deus tem um plano ideal quanto ao zelo pela saúde.”
3. “Não me fale do assunto do que comer e do que não comer! Que diferença faz aquilo que comemos? Não somos apenas coleções de moléculas que evoluíram durante os últimos quatro bilhões de anos? Não expiramos em cem anos, no máximo? Que significado tem nossa vida? Quase nada, entendeu?”
4. “As leis de saúde foram criadas por Deus, o mesmo que criou os Dez Mandamentos. Como leis, ambas precisam ser obedecidas. Mas muitos seres humanos só entendem a importância das leis depois de sofrerem as consequências de a terem desrespeitado.”
5. “Não quero assustar ninguém, mas certas pessoas só começam a acreditar nas leis de saúde depois que algum conhecido ou um ser querido começa a sofrer de alguma doença, como câncer, cardiopatias, aterosclerose, gota, artrite e outras tantas. Portanto, devemos cuidar com mais carinho do tesouro que é nossa saúde.”
6. “Até os nomes das doenças são um motivo para que as evitemos. São nomes esquisitos, que lembram as sensações estranhas que temos quando constatamos seus sintomas. Diferente é a palavra 
saúde, que soa tão agradável aos nossos ouvidos e ao nosso coração. Além disso, quando contraímos algumas doenças, não mais podemos desfrutar as delícias que tanto apreciamos.”
7
. “Aqueles que descuidam do assunto da saúde estão aumentando a dificuldade para seu próprio crescimento espiritual e também sua preparação para a eternidade.”
8. “Deus não Se importa com a questão da saúde. Para Ele, o que interessa é o coração. Ele quer que sejamos felizes, comendo e bebendo com prazer. Com Jesus é só alegria.”
9. “Obediência às leis de saúde é ponto de salvação.”
10. “Não devemos usar o medo para levar as pessoas à obediência. Acho que nem devemos ficar falando sobre saúde na igreja. Cada um deve cuidar da sua vida. A igreja é lugar para falar de amor. Vamos viver e deixar viver.”



Pensando nas suas respostas, reflita sobre o que pode estar bom ou ruim em sua vida, quanto à maneira de encarar a vontade de Deus.


Pense nisto: Compare sua atitude com a postura de Daniel e seus amigos em Babilônia. Temos representado mal a espiritualidade do nosso povo? Temos brincado com coisas sagradas? Temos absorvido tendências absurdas ensinadas pela sociedade atual em relação à saúde? Qual deve ser a verdadeira perspectiva cristã em contraste com as afirmações anteriores? A Bíblia afeta o modo de administrarmos a saúde física? E de que modo isso contribui para nossa submissão a Deus?




sábado, 27 de março de 2010

Graças a Deus, de quem provêm todas as bênçãos! (comentário)




Estudaremos neste trimestre assuntos sobre saúde. Que maravilha será estudar durante 13 semanas sobre aquilo que nos mantém vivos e ativos: nossa saúde! Para início de nosso estudo, é muito importante entender que saúde é um processo. Saúde depende de atitudes que tomamos, escolhas que fazemos sobre a maneira de lidar com nosso corpo e mente. Saúde não se encontra na farmácia, nem no médico, nem em clínicas e hospitais. Saúde depende de seguirmos os princípios de vida e adotar hábitos positivos que a Palavra de Deus aponta. É simples ter saúde. No livro Enciclopédia da Medicina Natural, os doutores Murray e Pizzorno afirmam que saúde depende de três fatores: 
1) Regime alimentar saudável, 
2) Prática de exercícios físicos e 
3) Atitude mental positiva.2 
Esses cientistas professores e pesquisadores da Universidade Bastyr, nos Estados Unidos, acrescentam que a questão da saúde ou da doença em geral é de responsabilidade individual, o que, por sua vez, significa escolher uma alternativa saudável em vez de outra menos saudável.


Então, saúde depende das escolhas saudáveis que fazemos no dia a dia, envolvendo todos os aspectos do estilo de vida. Isso abrange quantidade, qualidade do sono, tipo, quantidade e horário das refeições, prática sistemática de exercícios físicos, uso da água, da luz solar, maneira de administrar nossas emoções, administração saudável das relações sociais, quanto aprofundamos nossa busca de crescimento espiritual, etc.


Também é muito importante entender que há uma diferença entre tratamento e cura. Tratamento tem que ver com procedimentos que utilizamos para aliviar algum sintoma, seja físico ou emocional. Há lugar para tratamentos adequados, como hidroterapia, fitoterapia, dietoterapia, jejum, exercícios físicos especiais dentro dos princípios da fisioterapia, apoio psicológico temporário, e mesmo o uso de certas substâncias sintéticas de maneira mais emergencial, além de algumas cirurgias necessárias. Porém, o tratamento em geral é sintomático, ou seja, atinge os sintomas, mas não a(s) causa(s) necessariamente. Portanto, cura envolve algo muito mais além do tratamento. Ela vai à causa. Curar a causa é a meta divina para nossa saúde. Vamos manter isso em mente ao estudarmos as lições desse trimestre.


Graças a Deus, de quem provêm todas as bênçãos!

No primeiro livro de Crônicas, capítulo 29, verso 14, há uma declaração muito interessante. Veja: “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos”. Outra versão bíblica apresenta essa última parte desse verso assim: “...e Te damos somente o que vem de Tuas mãos”.


Venho de uma família muito católica. Não tinha nenhuma noção dos ensinos bíblicos. Sabia que a Bíblia é um livro “religioso”. Só isso. Tinha um “missal” que meu pai me havia dado e, vez ou outra, eu lia algo dele, um livro escrito por líderes da igreja católica. Não imaginava que poderia haver luz espiritual maravilhosa na Bíblia e verdades de que nunca havia ouvido falar antes, e, confesso, nem havia nunca ouvido falar o nome Igreja Adventista do Sétimo Dia! Sem saber, eu estava em trevas espirituais.


Eu estudava Medicina no Rio de Janeiro quando Deus usou um colega de classe para me trazer à luz maravilhosa do Evangelho de Jesus Cristo. Ele era cristão. Eu não fui em busca dessa luz. Era jovem, estudante de medicina, fumava, bebia, frequentava bailes, mas algo em mim me dizia que faltava um sentido maior para a vida. Era já o Espírito de Deus atuando em minha mente. Deus, então, veio e me tocou com Sua amorosa graça. Passo a passo, fui compreendendo a verdade da Palavra de Deus, a grandiosa verdade de que é Ele quem toma a iniciativa de nos buscar quando estamos perdidos em filosofias, pensamentos, ideologias errôneas. Conforme entendo, salvação tem muito que ver com o ato de não atrapalhar a ação de Deus em nossa vida, em nossa mente.


Seu amor pela humanidade, Suas criaturas, é infinito e é esse amor o motivo que O faz nos buscar. Pense neste texto: “Mediante um agente de tal modo invisível como o vento, Cristo atua constantemente no coração.”3 Pense neste texto também: “Deus os está buscando, e o próprio desejo que vocês experimentam de se achegar a Ele não é senão a atração de Seu Espírito. Cedam a essa atração.” 4


O corpo humano possui um mecanismo automático de regeneração chamado de “homeostasia”. Por exemplo, quando você está descascando uma fruta com uma faca e acidentalmente fere a mão, cortando-a, imediatamente esse mecanismo homeostático entra em ação sem que você necessite pedir que seu corpo faça qualquer coisa.


O corpo “sabe” que houve uma ferida, um desequilíbrio, e começa imediatamente a restaurar a parte lesada. Você não precisa pedir que um médico infectologista diga rapidamente quantos glóbulos brancos, que defendem o corpo contra bactérias e vírus, são necessários para proteger aquela ferida aberta e mandar seu corpo enviar para o local a quantidade sugerida pelo médico! Nem precisa perguntar a um hematologista quanto de fatores coagulantes necessita para estancar a hemorragia e ordenar o corpo a fazer isto!


O corpo “sabe” exatamente quanto necessita de tudo o que é necessário para restaurar o trauma. Pense nesse texto: “O poder restaurador de Deus se espalha por toda a natureza. Se o ser humano se corta ou fratura um osso, imediatamente a natureza começa a reparar o dano e, dessa forma, preserva a vida do ser humano. O homem, porém, pode se colocar em posição na qual a natureza é estorvada, de maneira que não possa realizar sua obra. ... Se a pessoa usa o fumo, ... o poder restaurador da natureza é enfraquecido em maior ou menor extensão. ... Quando se ingere bebida intoxicante, o organismo se torna incapaz de resistir à doença em seu poder original dado por Deus como restaurador. Foi Deus quem fez a provisão para que a natureza opere para restaurar as forças perdidas. O poder é de Deus. Ele é o grande restaurador.” 5


Deus é amor. Ponto. Isso significa que Ele não pode fazer nada que prejudique as pessoas. Não há nada que Ele faça que não seja para restaurar, elevar, purificar, amadurecer, alegrar os seres humanos. Notemos que interessante: “Seu serviço, (feito para Deus) não lhes imporá restrição alguma que não lhes aumente a felicidade.” 6


Essa é a natureza de Deus. O poder de Deus é a própria homeostasia. Se cooperarmos com Ele pela prática dos princípios de saúde, a restauração física, emocional e espiritual se dará com mais rapidez, maior fundamento orgânico e eficácia que evitará recaídas.


I – Nosso Deus de amor


O mundo está obscurecido quanto à espiritualidade da vida e a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo é justamente a boa-nova de que existe um Deus amoroso, maravilhoso. E como é aliviante pensar que o único Deus, Todo poderoso, é um Deus bom, não é? E foi Jesus mesmo que disse que se nós, que somos maus, sabemos dar boas coisas aos nossos filhos, quanto mais nosso Pai Celestial não nos dará o Espírito Santo aos que Lho pedirem! (Lc 11:13) A salvação que a mensagem do Evangelho de Jesus oferece é em primeiro lugar para o nome de Deus, que foi manchado no Universo e, em segundo lugar, para os seres humanos que se arrependem, se humilham perante Deus, confessam seus pecados, evitam praticá-los novamente e se submetem plenamente a Deus, obedecendo aos Seus mandamentos pelo poder da graça divina.


O arrependimento genuíno que produz salvação e cura é o que nos leva a querer mudar e a querer ser salvos pelo reconhecimento profundo da bondade de Deus e de como, ao pecar, O magoamos de forma injusta. O pecado é injusto. Ele fere quem o comete, fere os outros e fere um Deus justo. Há uma diferença entre confessar os pecados, como Esaú e Judas Iscariotes, lamentando seus resultados, e confessar como Jacó e Pedro, lamentando com verdadeira contrição e horror ao mal, a coisa terrível que é a contaminação interior e a falta da glória de Deus dentro da mente.


Então, qual deve ser nossa resposta ao amor incondicional de Deus? Não resistente ao Espírito Santo, quebrantado pelo Seu toque em nosso coração (ou espírito, a parte mais profunda da mente humana) que nos leva a ter repulsa ao pecado em nós. Veja Ezequiel 36:26 até 31, especialmente o verso 31.


Essa resposta ao amor de Deus, sendo feita no espírito correto, nos leva a exercer compaixão para com as pessoas, qualquer pessoa, a ser benignos, perdoadores, afetivos, firmes também nos princípios bíblicos de conduta, ajudadores voluntários para promover o alívio do sofrimento das pessoas.


II – Deus da Graça


No fundo, saúde e salvação são sinônimos, aliás um belo trabalho de peso foi escrito pelo ex-professor de Teologia, José Monteiro, quando lecionava na Faculdade de Teologia no ENA – Educandário Nordestino Adventista, justamente com o título “Saúde e Salvação São Sinônimos”. E são! Quando Paulo fala em Efésios 2:8 que “pela graça sois salvos, por meio da fé”, ele está falando de saúde, ou seja, dizendo que “pela graça sois curados”. E de maneira muito clara nos é dito: “O poder do amor estava em todas as curas de Cristo, e unicamente participando desse amor, pela fé, podemos ser instrumentos para Sua obra.” 7


A graça me parece ser uma energia poderosa, restauradora. Não se trata de algo “teológico” ou “filosófico”, mas um divino princípio de ação que opera mudança físicas no corpo, mente e espírito humano. Quando Jesus curou a mulher com hemorragia, ou quando curou o cego de nascença, ou o paralítico, algo também físico atingiu aqueles corpos estancando o sangramento, restaurando a funcionalidade no nervo ótico e do centro cerebral e cerebelar ligado à visão física, reativando os movimentos nervosos, musculares e circulatórios dos membros paralisados. O poder energético exercido pelo Senhor Jesus para curar uma enfermidade é chamado na Bíblia de “virtude”, ou “graça”. Mais interessante ainda é saber que este poder divino curador não depende do toque físico de Jesus nem de Sua presença corporal. Veja que, em várias oportunidades, Ele enviou essa graça para curar pessoas que estavam geograficamente distantes dEle, como o servo do centurião.


O poder curador de Deus está pronto e disponível vinte e quatro horas por dia. Nosso desafio é entrar no rumo das bênçãos de Deus pela obediência aos princípios de saúde e exercer fé em Seu poder. A fé parece ser a chave para a cura. E é muito interessante verificar que o placebo – “remédio sem química ou pílula de amido, mas sem efeitos bioquímicos específicos para uma doença” – produz respostas de melhora nas pessoas submetidas às pesquisas científicas, não é? Quando assisto a palestras em congressos médicos psiquiátricos, os cientistas que trazem as pesquisas sobre um novo produto medicinal mostram que, nos trabalhos feitos com as pessoas para medir a eficácia do novo medicamento, foram usados este novo medicamento, outro similar e placebo. Os resultados mostram, geralmente, que o placebo produz uma resposta de melhora muito alta nas pessoas. Por quê? Por causa da fé, da crença, da confiança. Quando você crê no poder de Deus para curar, alguma cura ocorre em sua vida, se o motivo da busca da cura é saudável e aprovado por Deus. Na menor das hipóteses, você terá a cura da espiritualidade, se por alguma razão não der mais tempo para a cura do físico. O Deus da graça também o ajuda a ter fé para que você obtenha a cura de que realmente precisa, que pode ser diferente da cura que você deseja. Ele sabe.


III – Uma relação de amor


Deus nos chama para uma relação de amor fiel e duradoura. Quando Ele diz que devemos amá-Lo de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento, Ele nos está chamando para a felicidade, e nesse chamado vem junto o poder para fazer isto se crermos e praticarmos a fé. A resposta de amor é prática. Não é uma teoria de novela. Ela nos leva a fazer algo positivo.
Paulo diz que entre a fé, a esperança e o amor, este último é o mais importante. E amor a Deus. Uma pessoa que diz amar outra e quer o amor dela para si, pode se tornar obsessiva por esse amor, e esta obsessão é um ídolo. O problema dos ídolos é que, primeiro, nos tornamos parecidos com aquilo que mais contemplamos e adoramos e, segundo, ídolos nos afastam da única Fonte genuína de paz e alegria, que é Deus.


Portanto, creio que o ingrediente mais importante, por exemplo, para um casamento se tornar feliz, é cada cônjuge ter Deus como o primeiro em sua vida pessoal. Não é ter o cônjuge como o número um, mas Deus. Pois quando o cônjuge falhar e não oferecer o que o outro deseja e talvez precise, o que fará a pessoa que não está obtendo o que espera do marido ou da esposa? Se a pessoa tem Deus como o número um, ela pode recorrer a Ele, abrindo-Lhe o coração, falando de suas angústias e lutas dentro do matrimônio, pedir orientação a Deus sobre o que fazer e receber apoio espiritual diretamente de Jesus. Sem ter Deus como o número um no casamento, é mais fácil cair em armadilhas satânicas visando preencher as necessidades emocionais com meios não aprovados por Deus, os quais sempre produzem mais dor e destruição.


Na prática, O amor a Deus se prova pela obediência às verdades espirituais, emocionais, de saúde física, que você já conhece. Note o que é dito sobre o apóstolo Paulo e como demonstrava sua resposta de amor a Deus: “Sua vontade e seus desejos estavam diariamente em conflito com o dever e a vontade de Deus. Em vez de seguir a inclinação, ele fazia a vontade de Deus, por mais desagradável e mortificante que fosse para a sua natureza.”8


IV – Louvando ao Senhor


Lutei muito comigo mesmo para entender o fato de que a Bíblia fala em louvar a Deus a todo momento. Eu não entendia. Por que dar glória a Deus, glória a Deus, glória a Deus continuamente? Comecei a orar sobre isso, pedindo a Deus entendimento sobre o assunto. Confessei a Ele que eu achava algo meio megalomaníaco e orgulhoso da parte dEle. Disse isso a Ele com certo medo de estar cometendo uma blasfêmia e falta de respeito. Mas tenho aprendido que preciso ser completamente honesto em minha relação com Deus, pois, na realidade, Ele já sabe tudo o que eu penso! Eu é que não sei o que Ele pensa e nem sei plenamente quais consequências há em minha vida por eu manter este ou aquele pensamento e reação emocional. Tenho aprendido que posso ser completamente honesto com Deus quanto ao que penso e sinto, de uma forma não ofensiva e não agressiva, e creio que Ele gosta disso. Porque, afinal, se eu não sou para com Ele o que sou dentro de mim, como é que minhas orações serão aceitas e, portanto, produzirão bons resultados sobre minha saúde, não é?


Ele começou a responder minha questão sobre o motivo de se dar glória a Deus tantas vezes repetidas nos escritos inspirados. Sabe qual foi e tem sido a resposta que Ele me tem dado? Ele tem me mostrado mais claramente a minha pequenez, minha imensa fragilidade, minha total dependência dEle para viver a vida física, mental e espiritual; tem mostrado que sou como um pequeno graveto, porém importante a ponto de Jesus ter morrido por mim, mas, ainda assim, um nada. Veja: “Tudo quanto os homens recebem da generosidade divina, pertence ainda a Deus. Tudo quanto Ele tem concedido das coisas valiosas e belas da Terra é colocado em nossas mãos para provar-nos, para sondar a profundidade de nosso amor por Ele e de nossa apreciação de Seus favores. Sejam os tesouros da riqueza ou da inteligência, devem ser depositados como oferta voluntária aos pés de Jesus.


“Nenhum de nós pode passar sem as bênçãos de Deus, mas Ele pode fazer Sua obra sem o auxílio humano, se assim quiser. Deu, no entanto, a cada homem sua obra, e lhe confia tesouros de riqueza e de inteligência, como a um mordomo Seu. Seja o que for que devolvamos a Deus é, pela Sua misericórdia, posto em nosso favor como mordomos fiéis. Devemos compreender sempre, porém, que isto não é uma obra de mérito por parte do homem. Por grande que seja a capacidade humana, nada possui que não lhe tenha sido dado por Deus, e que Ele não possa retirar, caso esses preciosos testemunhos de Seu favor não sejam apreciados e devidamente aplicados. Os anjos de Deus, cujas percepções não foram obscurecidas pelo pecado, reconhecem os dons do Céu como concedidos com a intenção de que sejam devolvidos de tal maneira que acrescentem a glória do grande Doador. O bem-estar do homem está ligado à soberania de Deus. A glória de Deus é a alegria e a bênção de todos os seres criados. Quando buscamos promover Sua glória, estamos procurando para nós mesmos o máximo bem que nos é possível receber. Irmãos e irmãs em Cristo, Deus pede a consagração de toda faculdade, todo dom que dEle recebemos, a Seu serviço. Quer que digamos com Davi: "Tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos” (1Cr 29:14).


V – Um “Culto Racional”


Muitos podem ler o texto de Paulo em Romanos 12:1 e, ao se defrontar com o termo “culto racional”, pensar que devemos ser frios, insensíveis, e expressar culto a Deus sem nenhum sentimento. Não é isso que Paulo está falando. Já atendi pessoas que saíram da Igreja Adventista do Sétimo Dia, indo para outra denominação, não porque deixaram de crer nas verdades bíblicas dos adventistas, mas porque, segundo elas, encontraram afetividade em outro lugar. É incrível como alguém pode conviver com um grupo religioso que prega doutrinas sem fundamento bíblico sendo que ele sabe disso, mas prefere permanecer ali por causa do aconchego afetivo. Não vamos discutir aqui esse tipo de necessidade afetiva de tais pessoas a ponto de fazer uma mudança radical assim, mas o ponto é que Paulo inclui na sua fala, sim, a necessidade de aconchego afetivo quanto a termos um culto racional.


O que entendo que ele quer dizer em Romanos 12:1 é que não podemos ser levados pela emoção ao cultuar a Deus, não porque sentir está errado, mas porque emoções podem produzir falsos reavivamentos, falsas conversões, conversões superficiais baseadas no êxtase do sentimento, e isto não é cultuar a Deus em espírito e em verdade.


As emoções não são o problema se não somos levados por elas ao cultuarmos a Deus e em outros relacionamentos. Temos emoções. Elas fazem parte de nossa vida psíquica. Quanto mais fingimos não tê-las ou quanto mais estivermos inconscientes delas, mais perigo corremos de ser levados por elas de forma inadequada e trágica quando perdemos o controle emocional. Veremos isto em outra lição mais adiante.


A mente de qualquer ser humano, rico, pobre, de qualquer classe social, cultural, racial, educacional, religiosa, apresenta três dimensões: 1) Pensamentos; 2) Sentimentos, e 3) Ações ou  poder de escolha. Culto racional envolve esses três aspectos mentais de forma equilibrada.


VI – Estudo Adicional


O amor maduro não é só por algumas pessoas. Ele vem de Deus para nós e, através de nós, flui para todas as pessoas. Ele pode ser experimentado por nós como amor filial, fraternal, conjugal, e isto significa que a forma de vivê-lo e praticá-lo apresentará diferenças. Mas o amor tem uma única fonte. Veja: “Este amor (a Deus e a Seus filhos) é o Espírito de Deus.” 9


Amor por uma só pessoa é obsessão, é um distúrbio, não é amor. De Deus vêm todas as bênçãos, e a capacidade de amar é a mais importante. A ciência tem revelado que as pessoas que mais se envolvem em atividades voluntárias de ajuda amorosa na sua comunidade apresentam menos doenças, menos necessidade de usar remédios, menos tempo de internação, se precisarem de hospitalização, mais qualidade e mais tempo de vida. O amor cura. E a maneira mais prática de demonstrar amor a Deus e ao próximo, é obedecer ao que já conhecemos como verdade para nossa saúde física, mental e espiritual e ajudar a aliviar os sofrimentos das pessoas.

César Vasconcellos de Souza
  • Médico Psiquiatra Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.
  • Membro da American Psychosomatic Society.
  • Diretor Médico dos Ministérios Portal Natural www.portalnatural.com.br ganhador do Prêmio IBEST Top 3 na categoria Saúde e Bem-Estar em 2006 junto com o site da Sociedade Brasileira de Diabetes e o do Dr. Dráuzio Varella do Fantástico da Rede Globo.
  • Professor visitante de saúde mental do College of Health Evangelism e do Institute of Medical Ministry, Wildwood Lifestyle Center and Hospital, Georgia, Estados Unidos.
  • Pós-graduado em Psicoterapia Breve e Neurociências pelo Departamento de Psiquiatria da Santa Casa do Rio de Janeiro (2002-2003).
  • Responsável há vários anos pela seção "Consultório Psicológico" da revista mensal Vida e Saúde.
  • Autor dos livros Casamento: O que é isso? (2000) e "Consultório Psicológico" (2a.edição 2009).
  • Autor do áudio-livro Casamento: O que é isso? comentado (2009).
  • Ex-diretor médico (1997-2003) do CAVS - Centro Adventista de Vida Saudável, Nova Friburgo, RJ.
  • Psiquiatra do staff do Hospital Adventista Silvestre de 1979 até 2004.

Referências bibliográficas:
2. M. Murray e J. Pizzorno, “Enciclopédia da Medicina Natural”, p. 88, Organização Andrei Editora, 1994.
3. E.G.White, “O Desejado de Todas as Nações”, p. 172, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.
4. E.G.White, “O Maior Discurso de Cristo”, p. 131, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.
5. Idem, “Medicina e Salvação”, p. 11 e 12, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.
6. Idem, “Minha Consagração Hoje” [MM 1989], p. 166, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.
7. Idem, “Conselhos Sobre Saúde”, p. 31, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.
8. Idem, Este Dia com Deus [MM 1980], p. 249; veja também A Ciência do Bom Viver, p. 452 e Conselhos Sobre Educação, p. 243, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.
9. Idem, “Mente, Caráter e Personalidade”, v. 1, p. 209, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.