segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fé e obras




6. “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei (Rm 3:28). Isso significa que não se exige que obedeçamos à lei, visto que ela não nos salva? Explique sua resposta.

No contexto histórico, em Romanos 3:28, Paulo estava falando da lei em seu sentido mais amplo do judaísmo. Por mais conscienciosamente que um judeu tentasse viver sob esse sistema, se deixasse de aceitar Jesus como o Messias, essa pessoa não poderia ser justificada.

Este verso é a conclusão de Paulo à afirmação de que a lei da fé exclui a jactância. Se a pessoa fosse justificada por suas próprias ações, poderia se jactar disso. Mas quando é justificada porque Jesus é o objeto de sua fé, então, o crédito pertence claramente a Deus, que justifica o pecador.

Ellen G. White dá uma resposta interessante à pergunta “O que é justificação pela fé?” Ela escreveu: “
É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó e fazer pelo homem aquilo que ele por si mesmo não pode fazer” (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 456).

As obras da lei não podem expiar os pecados passados. A justificação não pode ser comprada. Só pode ser recebida pela fé no sacrifício expiatório de Cristo. Então, neste sentido, as obras da lei não têm nada que ver com a justificação. Ser justificado sem obras significa ser justificado sem haver nada em nós que mereça a justificação.

Mas muitos cristãos têm entendido mal e distorcido esse texto. Dizem que tudo o que uma pessoa tem que fazer é crer, ao mesmo tempo em que subestimam as obras ou a obediência, até mesmo a obediência à lei moral. Assim procedendo, eles fazem uma leitura completamente equivocada de Paulo. No livro de Romanos, e em outros lugares, Paulo dá grande importância à observância da lei moral. Jesus também certamente fazia o mesmo, assim como Tiago e João
Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.  Mt 19:17

Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.  Rm 2:13

Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei.  Tg 2:10-11


Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus  Ap 14:12).

O ensino de Paulo é que, embora a obediência à lei não seja o meio da justificação, a pessoa que é justificada pela fé ainda observa a lei de Deus e, de fato, é a única que pode guardar a lei. Uma pessoa não regenerada, que não foi justificada, nunca poderá cumprir os requisitos da lei.

Por que é tão fácil ser apanhado pela armadilha de achar que, porque a lei não nos salva, não precisamos nos preocupar em guardá-la? Alguma vez você já racionalizou o pecado apelando para a justificação pela fé? Por que essa é uma posição muito perigosa? Ao mesmo tempo, onde estaríamos sem a promessa de salvação, mesmo quando tentados a abusar dela?

                                             Estudo adicional


Leia Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 236-239: “A Justiça de Cristo na Lei”; p. 331-335: “Vinde, Buscai, e Encontrareis”; p. 373, 374: “Obediência Perfeita por Meio de Cristo”; Parábolas de Jesus, p. 128, 129: “Onde Encontrar a Verdade”.

O caráter de Cristo substituirá o seu caráter, e você será aceito diante de Deus exatamente como se não houvesse pecado” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 62).

Graça é favor imerecido. Os anjos, que nada conhecem de pecado, não compreendem o que seja a aplicação da graça para com eles; mas nossa pecaminosidade requer a concessão da graça por parte de um Deus misericordioso” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 331, 332).

A fé é a condição sob a qual Deus escolheu prometer perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual a pessoa mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado. A fé pode apresentar a perfeita obediência de Cristo em lugar da transgressão e rebeldia do pecador. Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal, então, de acordo com as Suas promessas infalíveis, Deus lhe perdoa o pecado e o justifica livremente. Aquele que se arrepende reconhece que sua justificação vem porque Cristo, como seu substituto e penhor, morreu por ele, e é sua expiação e justiça” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 366, 367).

Embora a lei não possa perdoar a pena do pecado, mas responsabilize o pecador por toda a sua dívida, Cristo prometeu perdão abundante a todos os que se arrependem e creem em Sua misericórdia. O amor de Deus se estende, abundante, ao que se arrepende e crê. O estigma do pecado só se pode apagar com o sangue do sacrifício expiatório. Não se requereu nenhum sacrifício menor do que o sacrifício daquele que era igual ao Pai. A obra de Cristo – Sua vida, humilhação, morte e intercessão pelo homem caído – engrandece a lei e a torna gloriosa” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 371).

Perguntas para consideração

1. Leia os textos desta semana e então, em suas próprias palavras, escreva um parágrafo resumindo o que eles dizem. Compartilhe seu parágrafo com os outros em sua igreja.
2. Pense no custo de nossa salvação: a morte do Filho de Deus. O que isso deve nos dizer sobre a gravidade do pecado? Afinal, se deixássemos de pecar e nunca fizéssemos isso novamente, por que isso ainda não seria suficiente para nos tornar justos diante de Deus? Como esse fato pode nos motivar a resistir à tentação de pecar?
3. De que modos podemos ser tentados a abusar dessas maravilhosas novas sobre a salvação unicamente pela fé? Em que armadilha alguém pode cair nesse tipo de pensamento? 

e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles   2Pe 3:15-16


Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.  1Jo 3:7




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