Neste verso, promessa e lei estão contrastadas. Paulo busca estabelecer uma base do Antigo Testamento para seu ensino de justificação pela fé. Ele encontra um exemplo em Abraão, a quem todos os judeus aceitavam como seu antepassado. A aceitação ou justificação vieram a Abraão à parte da lei. Deus fez uma promessa a Abraão de que ele seria “herdeiro do mundo”. Abraão creu nessa promessa; isto é, ele aceitou o papel que lhe cabia. Como resultado, Deus o aceitou e operou através dele para salvar o mundo. Este é um exemplo poderoso de como a graça estava em operação no Antigo Testamento, e não resta dúvida de que foi por isso que Paulo o usou.
Na tentativa de corrigir esse conceito, Paulo argumentou que Abraão, muito antes de ter sido dada a lei no Sinai, recebeu as promessas, não pelas obras da lei (o que teria sido difícil, visto que a lei – toda a Torah e os sistemas cerimoniais – ainda não estava exposta) mas pela fé.
Se Paulo aqui estava se referindo exclusivamente à lei moral, que, em princípio, existia mesmo antes do Sinai, a questão permanece a mesma. Talvez ainda mais! Aquele que procura receber as promessas de Deus através da lei, ele disse, torna a fé nula ou inútil. Essas palavras são pesadas, mas seu significado é que a fé salva e a lei condena. Elas ensinam sobre a inutilidade de buscar a salvação pela mesma coisa que leva à condenação, porque todos nós, judeus e gentios, violamos a lei e, consequentemente, todos precisamos da mesma coisa de que Abraão necessitava: a justiça salvadora de Jesus atribuída a nós pela fé.
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