quinta-feira, 29 de julho de 2010

Promessa e lei




“Não foi mediante a lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé” (Rm 4:13).

Neste verso, promessa e lei estão contrastadas. Paulo busca estabelecer uma base do Antigo Testamento para seu ensino de justificação pela fé. Ele encontra um exemplo em Abraão, a quem todos os judeus aceitavam como seu antepassado. A aceitação ou justificação vieram a Abraão à parte da lei. Deus fez uma promessa a Abraão de que ele seria “herdeiro do mundo”. Abraão creu nessa promessa; isto é, ele aceitou o papel que lhe cabia. Como resultado, Deus o aceitou e operou através dele para salvar o mundo. Este é um exemplo poderoso de como a graça estava em operação no Antigo Testamento, e não resta dúvida de que foi por isso que Paulo o usou.

4. Que argumentos usa Paulo para demonstrar que a salvação pela fé é um ponto central do Antigo Testamento? 

Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa, porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós, como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.  Rm 4:14-17. Veja também 

Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.  Gl 3:7-9.

Como dissemos no princípio, é importante lembrar a quem Paulo estava escrevendo. Esses crentes judeus estavam submersos na lei do Antigo Testamento, e muitos chegaram a crer realmente que sua salvação dependia de uma perfeita observância da lei, embora não fosse esse o ensino do Antigo Testamento.

Na tentativa de corrigir esse conceito, Paulo argumentou que Abraão, muito antes de ter sido dada a lei no Sinai, recebeu as promessas, não pelas obras da lei (o que teria sido difícil, visto que a lei – toda a Torah e os sistemas cerimoniais – ainda não estava exposta) mas pela fé.

Se Paulo aqui estava se referindo exclusivamente à lei moral, que, em princípio, existia mesmo antes do Sinai, a questão permanece a mesma. Talvez ainda mais! Aquele que procura receber as promessas de Deus através da lei, ele disse, torna a fé nula ou inútil. Essas palavras são pesadas, mas seu significado é que a fé salva e a lei condena. Elas ensinam sobre a inutilidade de buscar a salvação pela mesma coisa que leva à condenação, porque todos nós, judeus e gentios, violamos a lei e, consequentemente, todos precisamos da mesma coisa de que Abraão necessitava: a justiça salvadora de Jesus atribuída a nós pela fé.    






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