sexta-feira, 30 de julho de 2010

Justificação e a Lei (estudo nº 05)




Verso para Memorizar: Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei (Romanos 3:31).

Leituras da semana: Gn 15:6; 2Sm 11, 12; Rm 3:20-23, 31; 4:1-17; Gl 3:19; 1Jo 3:4

Sob muitos aspectos, Romanos 4 chega ao fundamento da doutrina bíblica da salvação unicamente pela fé. Usando Abraão – o modelo de santidade e virtude – como exemplo de alguém que precisou ser salvo pela graça, sem as obras da lei, Paulo não deixou aos leitores nenhum espaço para dúvida. Se a melhor observância da lei e as obras de uma pessoa não foram suficientes para justificá-lo diante de Deus, que esperança tem qualquer outra pessoa? Se para Abraão foi necessária a graça, precisa ser igual com todos os demais, judeus e gentios!

Em Romanos 4, Paulo revela três fases importantes no plano de salvação: (1) a promessa da bênção divina (a promessa de graça); (2) a resposta humana a essa promessa (a resposta da fé); e, finalmente, (3) o pronunciamento divino de justiça atribuída aos que creem (justificação). Foi assim que aconteceu com Abraão, e é assim que acontece conosco.

É crucial nos lembrarmos de que, para Paulo, a salvação é pela graça; é algo concedido a nós, por mais indignos que sejamos. Se a merecêssemos, ela nos seria devida, e se nos fosse devida, seria uma dívida, não um dom. E para os seres corruptos e caídos que somos, a salvação precisa ser um dom.

A fim de provar seu argumento sobre a salvação unicamente pela fé, Paulo faz enfática referência ao livro de Gênesis, citando Gênesis 15:6: “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça” (NVI). Aqui está a justificação pela fé em umas das mais antigas páginas da Bíblia.  

                                                A lei confirmada

1. Segundo Paulo, existe algum conflito entre a lei e a fé? 

Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.  Rom. 3:31. 

Por que essa questão é importante para nós, cristãos?
Nesta passagem, Paulo declara enfaticamente que a fé não anula a lei de Deus. Mesmo aqueles que guardavam a lei, ou seja, todo o corpo da lei do Antigo Testamento, nunca foram salvos por ela. A religião do Antigo Testamento, tanto como a do Novo, sempre foi da graça de Deus concedida aos pecadores pela fé.

2. Havia alguma diferença entre os métodos de salvação do Antigo Testamento e do Novo? 

1 Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
2  Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus.
3  Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
4  Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida.
5  Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.
6  E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras:
7  Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;
8  bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado (Rm 4:1-8)

Como esse texto mostra que, mesmo no Antigo Testamento, a salvação era pela fé e não pelas obras da lei?

De acordo com esta narrativa do Antigo Testamento, Abraão foi considerado justo porque “creu em Deus”. Então, o próprio Antigo Testamento ensina a justificação pela fé. Consequentemente, qualquer sugestão de que a fé “anula” (grego katargeo, torna inútil, invalida) a lei é falsa; a salvação pela fé é parte inseparável do Antigo Testamento. A graça é ensinada ao longo de todo o seu curso. Por exemplo, o que significava todo o ritual do santuário se não uma representação de como são salvos os pecadores, não por suas próprias obras mas pela morte de um substituto em seu lugar?

Igualmente, o que mais pode explicar como Davi foi perdoado depois de seu relacionamento sórdido com Bate-Seba? Certamente, não foi a observância da lei que o salvou, pois ele violou tantos princípios da lei que esta o condenava em numerosos aspectos. Se Davi devesse ser salvo pela lei, certamente, ele não seria salvo.

Paulo credita a restauração de Davi ao favor divino como um exemplo de justificação pela fé. O perdão foi um ato de graça de Deus. Aqui, então, está outro exemplo de justificação pela fé no Antigo Testamento. De fato, por mais legalista que muitos do antigo Israel se tornassem, a religião judaica sempre foi uma religião de graça. O legalismo foi uma perversão dela, não seu fundamento.

Pense por alguns minutos no pecado e na restauração de Davi (2Sm 11, 12; Sl 51). Que esperança pode você obter dessa história triste? Existe uma lição aqui de como nós, na igreja, devemos tratar aqueles que caíram? 



Extraído de:  http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/li532010.html

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